Ministro da Defesa fala sobre situação das Forças Armadas
O Ministério da Defesa vai promover em dezembro uma reunião com representantes das Forças Armadas para identificar as prioridades de investimento no Exército, Marinha e Aeronáutica. O anúncio foi feito pelo ministro Celso Amorim em audiência da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional na manhã desta quarta-feira (9). Ele também falou sobre a revisão nos manuais de contrainteligência.
Publicado 09/11/2011 16:15
A audiência discutiu o estágio atual do reequipamento das Forças Armadas, a situação do Centro de Lançamento de Alcântara (MA) e a licitação (que vem sendo adiada desde os governos FHC) para a aquisição de caças pela Força Aérea Brasileira.
O ministro admitiu que um dos principais problemas tem sido a descontinuidade na aplicação dos recursos, o que provoca prejuízos na execução de ações e programas. E citou, como exemplo, os projetos de construção do submarino nuclear e do lançador de foguetes da base de Alcântara.
O ministro explicou que os profissionais que atuam nesses projetos são especializados e atrasos ou descontinuidade de orçamento acabam desfazendo as equipes. Apesar dos problemas orçamentários, Celso Amorim prevê que o projeto do lançador de foguetes deve estar concluído em 2015 e o do submarino, em 2025.
Ele defendeu também uma revisão urgente dos salários nas Forças Armadas, destacando que um segundo-tenente ganha cerca de R$ 6 mil – valor menor do que o pago a várias carreiras de Estado.
Contrainteligência
Amorim também informou, durante a audiência, que determinou a revisão dos manuais de contrainteligência do Exército e da Marinha para adequação da linguagem utilizada nos textos, que deve ficar pronta em até três meses. Ele considera os serviços de contrainteligência “absolutamente necessários”.
"Ninguém pode ter dúvida sobre a necessidade da contrainteligência. O Brasil é um país grande e tem que se defender. O que eu tenho detectado é um problema de vocabulário que não é mais adequado à época atual", comentou Amorim.
O manual de contrainteligência das Forças Armadas foi denunciado em recente reportagem da revista Carta Capital. Segundo o deputado Ivan Valente (Psol-SP), o texto de um manual secreto do Exército fere a Constituição Federal, ao permitir "bisbilhotagem e espionagem" de organizações não governamentais, sindicatos e partidos políticos.
O "Manual de Campanha Contrainteligência", de acordo com matéria da revista, tem 162 páginas que tratam de ações como política de infiltração de agentes de inteligência militar e refere-se à população não fardada como "forças/elementos adversos".
De Brasília
Com agências