Fortaleza: CPI da exploração sexual apresenta dados parciais
Vereadores que compõem a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a exploração sexual de crianças e adolescentes em Fortaleza concederam, nesta quarta-feira (09/11), entrevista coletiva aos profissionais cearenses de Imprensa, no Comitê de Imprensa da Câmara dos Vereadores de Fortaleza (CMFor).
Publicado 09/11/2011 20:36 | Editado 04/03/2020 16:30
A relatora da CPI e Presidenta da Comissão de Direitos Humanos da CMFor, vereadora Eliana Gomes, PCdoB, fez uma apresentação dos primeiros dados parciais da CPI e divulgação do material publicitário-educativo a ser distribuído nas blitz educativas e preventivas na capital cearense.
O relatório final da CPI está previsto para ser divulgado na CMFor na primeira quarta-feira de dezembro, dia 07. Os trabalhos tiveram início no dia 18 de maio de 2011 e esta é a terceira CPI da história do legislativo municipal fortalezense. A vereadora Eliana Gomes afirmou ser um marco na história da casa legislativa de Fortaleza essa Comissão, por sua relevância e pelas conseqüências que ela terá na sociedade. Foram feitos cartazes, leques e estão sendo confeccionadas camisetas com temática de combate à exploração sexual de crianças e adolescentes para serem distribuídas em bares, restaurantes, escolas, terminais rodoviários intermunicipais, terminais de integração de Fortaleza e aeroporto.
Acompanhamento constante
Eliana Gomes afirmou a importância de se abrir uma CPI que envolva o tema da exploração sexual contra crianças e adolescentes numa grande capital do país, principalmente Fortaleza, a 5ª capital brasileira em população, com 2,5 milhões de habitantes. Para a Presidenta da Comissão de Direitos Humanos da CMFor é primordial durante o período que antecede a copa, quando há uma grande circulação de pessoas, turistas e visitantes nas capitais, uma ação mais efetiva e enérgica contra a rede criminosa que atua na cidade. Entretanto, ressalta a vereadora do PCdoB, o combate a essa prática criminosa deve ser vigiada e acompanhada constantemente pelos poderes públicos, todos os dias do ano.
“A gente quer que venha a Copa do Mundo de 2014, os investimentos para o crescimento e desenvolvimento da cidade de Fortaleza, mas não permitiremos que tenhamos como legado o corpo de nossas crianças”, afirmou com veemência Eliana Gomes. “Não vamos jogar nada debaixo do tapete! A gente vem sofrendo muitas pressões, porque a gente mexeu com o capital, mas contamos com o apoio desta Casa Legislativa, do Estado, da Justiça, da Sociedade, e todos juntos conseguiremos combater a exploração e o abuso contra nossas crianças e adolescentes”, completou a relatora da CPI.
Combate à rede criminosa
Eliana Gomes denuncia, conforme apurado pela CPI, que a rede criminosa de exploração sexual de crianças e adolescentes se estendeu por toda a cidade de Fortaleza. “Nós mapeamos 74 locais. Vamos dar continuidade ao trabalho de enfrentamento da CPI após seu término. É justamente nesse período que será necessário um maior empenho dos poderes públicos no combate a essa prática que macula famílias e filhos cearenses”, disse Eliana Gomes, agradecendo aos presentes: vereadores, representantes da secretaria dos direitos humanos, à Imprensa, aos conselheiros tutelares, aos representantes das ONGs que trabalham com crianças e adolescentes em situação de risco, como o CEDECA – Centro de Defesa da Criança e do Adolescente – e a Associação Curumins.
Sociedade Civil
Márcia Cristine Oliveira, coordenadora de Articulação da Associação Curumins, instituição que atua com crianças e adolescentes em situação de risco e exploração sexual, vê a importância da CPI também como atualização do diagnóstico da exploração sexual na cidade de Fortaleza. Ela lembra que o Plano Municipal de Enfrentamento da exploração sexual de crianças e adolescentes está em processo de revisão e que a CPI vem contribuir para a efetivação de políticas públicas de defesa da criança e do adolescente.
“A CPI dá à sociedade civil e aos organismos que atuam no enfrentamento um direcionamentos das políticas públicas. A exploração sexual de crianças e adolescentes é um tema muito complexo e delicado, e numa área que se prepara para um evento do porte e dimensão da copa do mundo ele deve ser tratado com responsabilidade. É preciso que esse enfrentamento seja feito não apenas na cidade de Fortaleza, mas em todo o Estado do Ceará.”, disse a coordenadora da Associação Curumins.
Fonte: Assessoria da Vereadora Eliana Gomes (PCdoB)