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Câmara aprova texto-base da prorrogação da DRU

Depois de oito horas de debates, o Plenário da Câmara dos Deputados aprovou na madrugada desta quarta-feira (9) a Proposta de Emenda à Constituição 61/11, do Executivo, que prorroga a Desvinculação de Receitas da União (DRU) até 2015. O texto-base foi aprovado por 369 votos a 44.

Para finalizar o primeiro turno, os deputados devem concluir ainda nesta quarta-feira, em sessão extraordinária, a votação dos destaques apresentados ao texto. Depois de ser votada em segundo turno na Câmara, a proposta ainda terá de ser analisada pelo Senado.

A DRU permite ao governo utilizar livremente 20% dos recursos vinculados pela Constituição a setores específicos. A vigência atual acaba em dezembro de 2011.

A votação da matéria começou no final da tarde de terça-feira e se estendeu devido à obstrução dos partidos de oposição, que apresentaram diversos requerimentos para tentar adiar o exame da PEC. A aprovação do relatório do deputado Odair Cunha (PT-MG) na comissão especial, em 21 de outubro, também foi até a madrugada.

Durante a tarde, as tentativas de negociação não prosperaram. O governo recusou a proposta da oposição de prorrogar o mecanismo por dois anos em vez de quatro.

O líder do PSDB, deputado Duarte Nogueira (SP), lamentou a falta de acordo e acusou o governo de radicalizar o debate por não aceitar a prorrogação da DRU por dois anos. “Discordamos da DRU, mas o governo impediu que o entendimento fosse feito”, disse.

Destaques

Nesta madrugada, o Plenário rejeitou dois destaques da oposição. O primeiro deles, do DEM, pretendia retirar da PEC todo o artigo sobre a prorrogação e foi rejeitado por 347 votos a 43. Outro destaque rejeitado, também do DEM, propunha diminuir gradativamente a incidência da DRU até 2015. Ele foi derrubado por 333 votos a 46.

Para o líder do PT, deputado Paulo Teixeira (SP), a prorrogação da DRU servirá como uma proteção a mais contra a crise fiscal europeia caso ela chegue até o Brasil. “Estamos convictos de que essa medida está correta. Como disse o deputado Odair Cunha, é bom que tenhamos o medicamento na prateleira caso seja necessário usá-lo”, afirmou.

Segundo o líder do Psol, deputado Ivan Valente (SP), rejeitar a DRU não enfraqueceria o país. “O Brasil sempre deu calote na juventude e nos pobres. Foram anos de pagamento de juros a banqueiros por meio do superávit primário conseguido com a DRU”, argumentou.

Extinção em 2016

Antes de votar o texto-base da PEC, o Plenário rejeitou, por 352 votos a 12, emenda modificativa do deputado Maurício Quintella Lessa (PR-AL) que propunha a diminuição gradativa do percentual da DRU até 2016, quando ela seria extinta. Lessa foi relator da PEC na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Agência Câmara