Partido Comunista Colombiano cobra disposição para a Paz
Na última sexta-feira (5), o líder o líder máximo das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), Alfonso Cano, foi morto em uma ação com bombardeios e perseguições por ar e terra, em uma área rural. O governo classificou a ação como a "maior operação" contra as Farc em 50 anos. Para o Partido Comunista Colombia, a ação revela a indisposição do governo de Juan Manuel Santos para o diálogo.
Publicado 08/11/2011 10:26
Em nota, os comunistas ressaltam que o tom utilizado pelo governo é “beligerante, ameaçador e autoritário” oferecendo para os insurgentes apenas as opções: o túmulo ou a prisão. “O alto governo nega à sociedade colombiana a oportunidade de uma saída para a paz. Desde os tempos de Uribe não existe uma política de Estado para alcançá-la e colocar fim à guerra. Santos continua sem cumprir sua promessa de fazer uso da chave da paz”, ressalta o texto.
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Alfonso Cano (foto abaixo) vivia há cerca de dois meses no sudoeste do país, em Cauca, quando na sexta-feira foi surpreendido por uma operação militar intitulada operação "Odisseia": Depois de um bombardeamento, cerca de mil homens das forças de segurança do Estado atacaram uma área rural conseguindo aniquilar o líder máximo das Farc, contou o ministro da Defesa, Juan Carlos Pinzón.
O assassinato de Alfonso Cano, em desproporcional operação aérea e terrestre, não deixa dúvidas sobre a premeditada decisão de Juan Manuel Santos de partir para a guerra e encerrar as vias do diálogo. O tom discursivo beligerante, ameaçador e autoritário, que oferece à insurgência a rendição, o túmulo, ou a prisão. O alto governo nega à sociedade colombiana a oportunidade de uma saída para a paz. Desde os tempos de Uribe não existe uma política de Estado para alcançá-la e colocar fim à guerra. Santos continua sem cumprir sua promessa de fazer uso da chave da paz.
Não era obrigatório nem necessário para o establishment matar Cano se Santos tivesse uma mínima vontade de conquistar a paz por meio da via civilizada e não por meios exclusivamente militares como está fazendo. Com o apoio do Comando Sul dos Estados Unidos, insiste na eliminação de seus possíveis interlocutores e dos negociadores da paz por parte da insurgência. Demonstra assim sua intenção de prolongar a guerra como cortina de fumaça e justificativa repressiva às expressões de inconformidade cidadã crescente.
Frente às novas circunstâncias, o povo tem que tomar a iniciativa de atuar. O Partido Comunista Colombiano faz um chamado às forças democráticas e à opinião pacifista do país e da América Latina a fazê-lo em unidade para que acabe a escalada militar, os bombardeios aéreos, o intervencionismo estrangeiro e a ameaça para os países vizinhos. Acompanha a exigência dos colombianos e colombianas pela Paz que pedem às partes a decisão de buscar abordagens para que acordos humanitários sejam concretizados com vistas ao diálogo. Ressalta a necessária libertação dos prisioneiros e a liberdade para os milhares de presos políticos.
O Partido Comunista reafirma sua posição favorável a uma saída política por meio do diálogo, negociação e acordos como único caminho razoável e pacífico.
Partido Comunista Colombiano