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Hackers atacam rede de internet da ANP, diz ministro palestino

Hackers atacaram serviços de internet palestinos na Cisjordânia e na faixa de Gaza nesta terça (1º /11), disse o ministro das Telecomunicações palestino, acusando um governo estrangeiro de estar por trás da interferência.

"Todos os endereços IP palestinos foram expostos a um ataque concentrado e organizado do exterior", afirmou Mashour Abu Daqqa à Reuters. "Acho que isso é organizado por um Estado. Essa é a minha predição", afirmou ele.

Abu Daqqa contou que técnicos da empresa de telecomunicações Paltel, provedora de serviços de Internet, estão trabalhando para resolver o problema, que também impede que os usuários visitem sites estrangeiros. Eles identificaram servidores falsos por trás da interrupção, acrescentou ele.

"Está entre lento e totalmente parado", afirmou Ghassan Khatib, porta-voz da Administração Palestina, em Ramallah.

Em outra declaração à agência de notícias palestina Wafa, Abu Daqqa afirmou que o ataque estaria relacionado à admissão dos palestinos pela Unesco (Organização Educacional, Científica e Cultural das Nações Unidas) nesta segunda-feira, um sucesso diplomático para os palestinos e uma medida à qual Israel se opôs. 

Sanções

Israel decidiu construir 2.000 residências em Jerusalém Oriental e na Cisjordânia e congelar provisoriamente a transferência de recursos à ANP (Autoridade Nacional Palestina) como medida de retaliação pela admissão do governo palestino como membro de pleno direito da Unesco, informou neste terça-feira à noite o governo israelense.

"Estas medidas foram tomadas pelo fórum dos oito principais ministros sob a presidência do primeiro-ministro, Binyamin Netanyahu, como sanção após a votação na Unesco", indicou a fonte.

"Vamos construir 2.000 residências, incluindo 1.650 em Jerusalém, e o restante nos assentamentos de Maalé Adoumim e de Efrat (no sul de Belém, na Cisjordânia)", indicou esta autoridade, que pediu para não ser identificada.

Outras fontes ligadas ao Executivo davam a entender que a reação será edificar mais casas em assentamentos situados em "lugares que Israel não vê como problemáticos", embora o anúncio receba "críticas internacionais". 

Votação

Na segunda-feira, a Palestina se tornou membro pleno da Unesco durante uma votação nominal na 36ª Conferência Geral do órgão, em Paris. A resolução foi aprovada com 107 votos a favor, 52 abstenções, e 14 votos contrários, entre eles de Israel, Alemanha e Estados Unidos.

Para conceder o status de Estado-membro à Palestina, a Unesco precisava do voto favorável de dois terços dos 193 países representados na votação.

A condição anterior dos palestinos era de membro observador. A solicitação de mudança de status é parte da batalha diplomática empreendida pelo povo árabe para que sejam reconhecidos como Estado, o que culminaria em sua tentativa de ingressar na ONU.

A agência é a primeira da organização em que os palestinos buscaram integração como membro total desde que o presidente da ANP, Mahmoud Abbas, entrou com o pedido de assento na ONU, em 23 de setembro. Os palestinos se preparam agora para apresentar um pedido de ingresso na OMS (Organização Mundial da Saúde), segundo o ministro da Saúde da ANP, Fathi Abu Moghli.

Fonte: Folha