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Síria recebe expressões de apoio internacional

A Síria recebeu nos últimos dias firmes expressões de apoio internacional, em particular da China, que reforçam sua posição diante da agressão midiática, política e econômica impulsionada pelos Estados Unidos, pela União Europeia e por alguns países árabes.

Em sua visita a Damasco nessa quinta-feira (27), o representante especial de Pequim no Oriente Médio, Wu Sike, reiterou o apoio da China ao governo sírio, a rejeição à ingerência estrangeira em seus assuntos internos e o desejo de estabelecer vínculos bilaterais de associação estratégica.

O diplomata reuniu-se com o vice-presidente Farouk al-Sharaa e também com o chanceler Walid al-Maollen, que relataram a ele os acontecimentos recentes no país e os passos tomados pelo Governo do presidente Bashar al-Assad para impulsionar um processo nacional de reformas, atualmente em processo de implementação.

A visita de apoio do enviado chinês ocorre um dia após a presença de uma delegação da Liga Árabe, que se reuniu com o presidente Al-Assad em Damasco para tratar de uma iniciativa dessa organização para promover o diálogo com a oposição.

Sike manifestou a Al-Sharaa a firme posição da China com relação aos acontecimentos na Síria e elogiou os passos dados pelo Governo para aplicar reformas democráticas, ao mesmo tempo em que enfatizou a rejeição de Pequim a qualquer forma de interferência estrangeira nos assuntos internos sírios.

Na reunião com o chanceler Al-Moallen, o representante chinês reiterou também o interesse de Pequim de uma Síria estável e segura, o "que é essencial para a estabilidade do Oriente Médio", indicou.

Sike também afirmou que a China dará continuidade à cooperação e as coordenações com Damasco nos fóruns internacionais, reafirmando sua postura contra todo tipo de tentativa de intromissão estrangeira.

Ao mesmo tempo, expressou o desejo de Pequim em elevar a colaboração entre os dois países, a fim de atingir o que chamou uma associação estratégica.

Paralelamente, em Moscou o chanceler russo Sergey Lavrov recebeu o vice-ministro sírio do Exterior e Assuntos de Expatriados, Fayssal Mikdad, a quem manifestou o apoio da Rússia ao programa de reformas de Damasco, segundo informaram as agências sírias de notícia SANA e Cham Press.

Lavrov considerou a reforma um "esforço importante e significante" em busca de solucionar os problemas internos na Síria e avançar no desenvolvimento democrático da sociedade.

Na reunião, Mikdad descreveu as dificuldades que seu país encara devido à intensa campanha midiática e sanções econômicas do Ocidente.

Lavrov manifestou a satisfação de Moscou por suas relações com Damasco e a atuação em conjunto dos dois governos na área internacional e também pela atmosfera positiva e cordial que prevaleceu durante o encontro entre o presidente Al-Assad e a representação da Liga Árabe.

A visita do representante especial chinês a Damasco e a de Fayssal a Moscou ocorreram em seguida à reunião entre os enviados da Liga, dirigidos pelo premiê e chanceler do Catar, Hamad bin Jassim al-Thani, e pelo secretário geral dessa organização, Nabil al-Arab.

Depois da tentativa infrutífera de alguns membros de expulsar a Síria da Liga no dia 16, optaram então por pressioná-la, exigindo que iniciasse um diálogo com a oposição em menos de 15 dias. Foram criadas muitas expectativas sobre a visita da comitiva a Damasco, em especial no Ocidente.

No entanto, o encontro decorreu de forma positiva, em um ambiente cordial e de atmosfera positiva, segundo manifestaram as duas partes, que chegaram a acordos sobre vários pontos.

Al-Thani inclusive expressou à imprensa que existiu "um compromisso de governo sírio de conseguir uma solução junto à Liga Árabe, portanto ficou acertado voltar a nos reunir no dia 30 de outubro", para ouvir as propostas feitas pelo presidente Al-Assad e analisar outros pontos, disse. Os detalhes da discussão não foram revelados.

Enquanto isso, em Brasília, o diretor do Departamento para o Oriente Médio da chancelaria do Brasil, Carlos Martins Ceglia, reiterou a postura de rejeição à toda intromissão estrangeira nos assuntos internos da Síria.

Isso foi transmitido ao embaixador sírio Mohammad Khaddour, que soube que a política é parte a visão da presidente Dilma Rousseff, e que prevalece no conjunto Grupo IBSA, integrado também por Índia e África do Sul.

Ceglia afirmou que é de interesse do grupo trilateral ajudar a Síria a sair da crise através da cooperação.

O ministro de Agricultura sírio, Riad Hijad, enfatizou a importância de desenvolver a cooperação entre seu país e a África do Sul, em particular na pesquisa agrícola, nas tecnologias e no intercâmbio de experiência, ao receber o embaixador desse país africano na quarta-feira passada.

Com informações da agência Prensa Latina