Comunistas gregos: mobilizados contra os planos anti-povo
O "coração" da segunda jornada na enorme mobilização da greve de 48 horas latejava na praça central da capital grega, o Syntagma, onde a Frente Militante de Todos os Trabalhadores (PAME) organizou um enorme comício que cercava o parlamento. E o segundo dia ultrapassou amplamente os anteriores das últimas greves.
Publicado 23/10/2011 13:31
A amplitude e a militância constituíram uma continuação valiosa do primeiro dia da greve de 48 horas. Ao mesmo tempo, dentro do Parlamento, após requerimento do KKE, foi efetuada uma votação individual sobre os artigos da proposta de lei do governo através da qual serão aplicadas as novas medidas contra o trabalho.
Convém notar que as tentativas de grupos provocadores, com a tolerância da polícia, de atacar o comando da manifestação receberam uma resposta combativa e organizada dos eficazes serviços de proteção do PAME, os quais repeliram os provocadores encapuzados. Os manifestantes do PAME receberam ataques assassinos, um deles foi seriamente ferido por ataque dos anarco-fascistas. A proteção bem organizada do PAME repeliu efetivamente os baderneiros e deu uma resposta combativa aos esforços dos mecanismos da classe burguesa para dispersar a manifestação.
Na quarta (19), no primeiro dia da greve geral, o governo com a maioria de 154 deputados aprovou com maioria a proposta de lei. Ao mesmo tempo, centenas de milhares de pessoas (120 mil segundo a polícia, que tentou minimizar a participação) estavam se manifestando fora do parlamento, com as forças dos sindicatos e orientação de classe, todos agrupados no PAME, que coordena a participação de massa e militância dos manifestantes que encheram o centro de Atenas com as forças mobilizadas pelas lideranças das confederações sindicais comprometidas do GSEE e ADEDY.
Houve uma situação semelhante nas 70 cidades de todo o país onde as forças do PAME mobilizaram dezenas de milhares de trabalhadores e efetuaram enormes manifestações e ocupações de edifícios públicos.
O Secretariado Executivo do PAME saudou "os milhões de trabalhadores, por toda a parte, no setor privado e público, que participaram na greve, ultrapassando ameaças, chantagens e intimidação por parte do patronato e do governo".
Naturalmente, a burguesia de gregos e estrangeiros, procurando ocultar a dimensão da fúria popular, centraram-se na atividade provocadora de pequenos grupos, para desmobilizá-los. Na Grécia é bem sabido que estes grupos são aliados dos serviços de segurança no objetivo de dispersar mobilizações de massa. Mas os seus planos não tiveram êxito! As forças de proteção do PAME mais uma vez salvaguardaram o protesto em massa de milhares de grevistas e só quando manifestantes do PAME deixaram a rua em frente ao Parlamento ocorreram incidentes,
Neste segundo dia da greve, as forças do PAME também enviaram uma mensagem de um conflito geral com a polícia do governo, da UE e do FMI. Junto com as forças dos sindicatos e das federações reunidas no PAME, houve uma ampla participação de estudantes, a próxima geração da classe trabalhadora, a qual se manifestou sob as bandeiras da Frente de Luta dos Estudantes (MAS), do Comité de Coordenação dos Estudantes de Liceu bem como dos auto-empregados e mulheres com as bandeiras Reunião Nacional dos Auto-empregados Anti-Monopólio e Pequenos Comerciantes (PASEVE) e da Federação das Mulheres Gregas (OGE).
Estas forças manifestaram a oposição da classe trabalhador, da juventude e dos estratos populares à adoção das novas medidas anti-povo. Elas declararam a oposição do povo aos novos sacrifícios em favor da plutocracia exigidos pelo governo social-democrata. "Abaixo o governo e os partidos do capital", "desligamento da UE – poder popular e operário", exigiram elas.
A Secretária-Geral do CC do KKE, Aleka Papariga, declarou no comício realizado em frente ao parlamento: "a luta não cessa hoje, ela tem continuidade. Esta torrente deve ser mais turbulenta, mais radical, mais subversiva. Ela pode varrer tudo na sua passagem sob uma condição: que eles não roubem a vitória na hora H como aconteceu muitas vezes antes, quando uma grande parte do povo acaba por ficar preso em ilusões".
Fonte: KKE