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Morales atende demanda indígena e estrada não passará por reserva

O presidente da Bolívia, Evo Morales, decidiu, nesta sexta (21), atender aos pedidos de indígenas da região amazônica boliviana para que uma estrada – que está em construção – não atravesse o parque natural de Tipnis. Os indígenas marcharam por 66 dias até La Paz para convencê-lo.

Depois de analisar um projeto sancionado pela Assembleia Legislativa Plurinacional, que suspendia temporariamente a construção da rodovia, Morales propôs uma nova redação, determinando que nem esta, nem nenhum outra estrada, passará pela reserva. Além disso, no novo texto, o presidente declara a região como uma zona intangível de preservação ecológica.

O governante afirmou que apresentou a modificação da lei para que "a estrada Villa Tunari-San Ignacio de Moxos, como qualquer outra, não atravesse o Território Indígena Parque Nacional Isiboro Sécure (Tipnis)". O presidente disse que "isto se chama governar para o povo".

Morales também anunciou que a nova legislação incorporará o conceito de "intangibilidade" para proteger o parque ecológico dos assentamentos de grupos sociais diferentes dos de indígenas que lá vivem. "Portanto, o tema Tipnis está resolvido", disse, apontando que o projeto atende textualmente à reivindicação dos manifestantes.

Os líderes da marcha indígena, contudo, afirmam que o anúncio feito pelo presidente é positivo, mas não encerra as reivindicações. O dirigente indígena Rafael Quispe classificou a atitude de Morales como um "bom sinal", mas ratificou que restam outras 15 demandas que devem ser discutidas pelo presidente com os nativos do Tipnis.

"Enquanto não forem resolvidos os 16 pontos, aqui ficaremos mobilizados", disse, por sua vez, o presidente do Tipnis, Fernando Vargas, às portas do Palácio Quemado, sede da Presidência, onde está acampado desde a última quarta-feira.

Algumas das demandas dos indígenas, no entanto, são consideradas inviáveis, como suspender todos os projetos de estradas na nação sul-americana e os trabalhos de exploração e extração de hidrocarbonetos na zona de Aguarague, a mais rica em reservas de gás natural e principal fonte de rendimentos do Estado.

Com agências