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SP: Terceirizados ganham metade do salário de empregado formal

De acordo com estudo do Sindicato dos Empregados em Empresas de Prestação de Serviços a Terceiros (Sindeepres) divulgado na segunda-feira (17), embora tenha aumentado 79% em valores reais (descontada a inflação) desde 1985, salário médio real representou 53,6% da média recebida pelo conjunto de trabalhadores formais no Estado.

Entre 2003 e 2010 (dado mais recente considerado pelo estudo), a quantidade de empregados pulou de 346,7 mil para 700,2 mil. No mesmo período, o número de empresas de terceirização cresceu 65%, chegando a 5.346 no ano passado.

Para Marcio Pochmann, presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e coordenador do levantamento, o avanço da terceirização ainda seria estimulado, na sua opinião, pela redução nos custos de contratação e por um enunciado do Tribunal Superior do Trabalho, de 1993, que definiu os setores cabíveis de terceirização da mão de obra e concedeu segurança jurídica às empresas. No entanto, a participação dos terceirizados entre os novos postos formais de trabalho abertos no Estado apresenta um movimento de queda desde 2000 e hoje equivale a 13,2% do saldo líquido de novos empregos.

O estudo revela ainda que "a terceirização perdeu força nos setores que exigem mão de obra menos qualificada, como na limpeza e segurança, e ganhou espaço em outros, como entre bancários e na indústria têxtil", afirma Pochmann.

De acordo com pesquisador, "a falta de regulamentação dificulta a solução dos problemas de relações trabalhistas precárias que ainda existem no ambiente da terceirização. (…) A terceirização veio para ficar no Brasil e é preciso levantar questões referentes a esse segmento tão grande dos trabalhadores”.

Segundo o presidente do sindicato, Genival Beserra Leite, a categoria reivindica "melhores condições de trabalho, controle do número de horas de serviço e salários mais altos”.

O número de terceirizados subiu, em média, 11,1% ao ano entre 1985 e 2010, ainda segundo números do estudo. A quantidade de empresas teve aumento médio de 16,4% ao ano no período.

Com informações da Folha de São Paulo e do Valor Econômico