Bancários defendem redução da taxa Selic
A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), na véspera da reunião, em Brasília, do Copom que vao definir a nova taxa de juros (Selic), defende maior queda da taxa básica de juros. Entidade lembra que a cada ponto percentual da Selic soma-se cerca de R$ 19 bilhões no crescimento da dívida pública.
Publicado 18/10/2011 20:10
“Foi acertada a mudança de rota na última reunião do Copom, realizada em agosto, quando houve a primeira redução de juros do ano, porém foi insuficiente o corte de 12,5% para 12% ao ano”, afirma o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro.
Para a entidade, é preciso manter a tendência de queda da Selic mas com uma velocidade maior para corrigir os danos causados pelos juros altos na produção, no emprego e nas políticas públicas e sociais para a população”, aponta o dirigente sindical.
“De um lado, as altas taxas de juros retiram dinheiro das políticas públicas que combatem as desigualdades sociais, o que contribui para que o Brasil continue entre os dez países com pior distribuição de renda do mundo. De outro lado, tal política do Banco Central significa transferência de renda para os donos de títulos públicos”, alerta.
Cordeiro lembra que cada ponto percentual da Selic representa cerca de R$ 19 bilhões no crescimento da dívida pública. "Esse é na verdade o maior programa de transferência de renda do mundo, a chamada bolsa-banqueiro, cujo orçamento da União prevê repasse da ordem de R$ 240 bilhões em 2011. Isso representa 18 vezes mais do que o orçamento previsto de R$ 13,4 bilhões para o Bolsa Família", compara.
Os bancários defendem que, além das metas de inflação, o BC deveria fixar também metas sociais, como o aumento do emprego e da renda dos trabalhadores e a redução das desigualdades sociais do país.
"Para isso, é fundamental ampliar o Conselho Monetário Nacional, de forma a contemplar a participação da sociedade civil organizada na discussão dos rumos da economia", conclui.
Com informações da Contraf-CUT