Leitores da The Economist consideram punição dos “Cinco” injusta
Em enquete realizada pela revista britânica The Economist para saber se as penas impostas aos cinco antiterroristas cubanos foram justas, uma surpresa: A resposta surpreendeu e, apesar do tom enviesado da publicação, os leitores votaram massivamente “Não”.
Publicado 14/10/2011 10:17
As pesquisas de opinião podem causar surpresas. Principalmente quando são realizadas por poderosos meios de comunicação e os resultados são totalmente opostos aos que a maré midiática inculca sistematicamente em suas audiências.
Foi o que ocorreu em novembro de 2009, quando o suplemento literário Babelia, do jornal espanhol El País, consultou 109 personalidades – selecionadas cuidadosamente – sobre quais eram os dez personagens que marcaram a história contemporânea da América Latina. A resposta foi uma bomba da qual se tem falado muito pouco: os quatro primeiros nomes da lista final foram nesta ordem: Simón Bolívar, Fidel Castro, Ernesto Che Guevara e José Martí.
O mesmo ocorreu em julho de 2005, quando a emissora de rádio BBC perguntou qual foi o filósofo mais importante de todos os tempos e se deparou o fato de que o tantas vezes amaldiçoado Karl Marx ganhou em primeiro lugar com ampla vantagem.
Ambos os casos enviavam sinais muito claros de que há verdades que permanecem na consciência social além do sistemático e massivo doutrinamento que exerce a classe dominante através dos meios de comunicação e das estruturas educativas, de trabalho, e de consumo.
Os fatos são lembrados ao constatar-se que a influente publicação britânica The Economist colocou, no dia 11 de outubro, em seu site na internet, uma pesquisa perguntando se os cinco antiterroristas cubanos condenados nos Estados Unidos receberam penas justas. A pesquisa, por sua vez, traz o link para um artigo que, ainda que diga algumas verdades, não deixa de repetir os clichês da retórica anticastrista neste caso, sem fazer nenhuma referência sobre os atos terroristas executados do sul da Flórida contra Cuba, razão pela qual os cinco se encontravam em Miami.
Para a The Economist, “os Cinco” “estavam espiando grupos exilados em Miami que se opunham ao governo de Fidel Castro”, mas, os “opositores” que pagaram para colocar bombas nos hotéis La Habana não têm muita relevância para a publicação.
“René González, um dos cinco espiões cubanos infiltrados em grupos anticastristas exilados em Miami, foi recentemente liberado da prisão. As penas ao grupo oscilaram de 15 anos a prisão perpétua. Você acha que foram justas?”, interroga The Economist, incapaz de colocar a palavra onde tem que estar e substituir o eufemismo de “anticastristas” pelo exato adjetivo de terroristas.
Contudo, quase 94% dos leitores votaram “não” e qualificaram como injustas as condenações aos cubanos. A verdade sobre os homens considerados heróis pela Revolução, que tem sido amaldiçoada por defender as ideias de Bolívar, Fidel, Che, Martí e Marx, poderá, talvez ser revelada para os leitores da The Economist.
Fonte: CubAhora