Evo Morales reitera que há uso político de marcha popular
O presidente da Bolívia, Evo Morales, voltou a acusar um uso político da marcha realizada há quase dois meses contra a instalação de uma rodovia dentro do Território Indígena Parque Nacional Isiboro Securé (Tipnis), no leste do país.
Publicado 09/10/2011 13:40
“Os inimigos históricos do movimento indígena agora aparecem como grandes defensores do movimento indígena quando lhes interessa politicamente. Antes eram inimigos dos direitos da Mãe Terra e agora aparecem como defensores da Mãe Terra”, afirmou o presidente, em referência aos partidos opositores da chamada Meia Lua, que abrange os departamentos (o equivalente a estados) do Oriente boliviano.
“Nas épocas passadas era golpe de Estado militar. E agora usam a nossos irmãos e alguns grupos com qualquer pretexto para que eles se aproveitem disso e outra vez se apropriem de nossos recursos naturais”, acrescentou.
A marcha dos povos indígenas de Tipnis foi retomada na última semana após uma interrupção por conta de repressão policial. O governo afirmou que a ordem para a atuação repressiva não partira de nenhum integrante do alto escalão. Ainda assim, quatro deles deixaram os cargos – dois em protesto contra os fatos, dois para permitir a investigação, para a qual Morales convidou integrantes da Organização das Nações Unidas (ONU), da Organização dos Estados Americanos (OEA) e da Unasul, em uma tentativa de minimizar o mal-estar e a deterioração da imagem internacional.
Durante discurso no sábado (8), o presidente comentou ainda o protesto organizado por bolivianos em frente à Casa Branca para pedir uma atuação dos Estados Unidos no caso de Tipnis. “Estão pedindo uma invasão à Bolívia e não é possível que nossos irmãos indígenas do Oriente boliviano sejam instrumentos para que a direita peça a invasão”.
Com Rede Brasil Atual