Estudantes vaiam deputados favoráveis à divisão do Pará
Defensores da divisão do Pará foram vaiados por estudantes em debate ontem na Universidade Federal do Pará, em Belém.
Publicado 07/10/2011 11:49
Em dezembro, 4,6 milhões de eleitores votarão em um plebiscito para decidir se o Pará vai se desmembrar e dar origem a dois outros Estados: Tapajós e Carajás.
O Pará remanescente da divisão ficaria com 17% de sua atual extensão territorial. No debate, os deputados federais Giovanni Queiroz (PDT) e Lira Maia (DEM) tentaram apresentar seus argumentos a favor da mudança, mas foram criticados.
"Vocês já vieram com uma ideia preconcebida. Vamos aumentar a gestão nos locais onde o Estado não chega", defendeu Queiroz.
O argumento que arrancou aplausos da plateia é o da necessidade de investimentos no atual território. "Precisamos de mais escolas, mais saúde, mais infraestrutura", disse o economista Eduardo Costa.
O acirramento no debate refletiu a situação da campanha eleitoral do plebiscito. A capital Belém e os municípios próximos são contrários à ideia da divisão. Uma boa votação nesses locais é considerada essencial, pois eles concentram mais da metade do eleitorado.
Os partidários da divisão, porém, pretendem aguardar o início do horário eleitoral em rádio e televisão para só depois intensificar o corpo a corpo na capital.
Comunistas paraenses
O PCdoB paraense aprovou posição contrária à divisão do estado. Durante encontro realizado nos dias 23 e 24 de setembro foi apresentado e debatido um documento contendo diretrizes gerais da política estadual. Para os comunistas paraenses “é hora de enfrentar as elites que buscam dividir o estado”.
Eles defendem ainda um debate qualificado e idôneo sobre o assunto e a discussão do modelo de desenvolvimento que existe no Pará “evitando rivalidades regionais, que poderão tornar esse processo democrático em uma guerra política prejudicando a avaliação da sociedade sobre o pleito”.
Informações da Folha de S.Paulo