Para Rússia, política antimísseis dos EUA é “inaceitável”
A Rússia qualificou nesta quinta-feira de "inaceitável" a política dos Estados Unidos em matéria de defesa antimísseis na Europa, ao comentar o anúncio do acordo entre Washington e Madri pelo qual instalações navais espanholas servirão de base para quatro navios americanos.
Publicado 06/10/2011 05:53
"Consideramos inaceitável a prática americana de fatos consumados nos assuntos relativos à defesa antimísseis na Europa", afirma uma declaração emitida pelo Ministério das Relações Exteriores russo.
A nota ressalta que "são tomadas decisões capazes de influenciar a segurança e a estabilidade euro-atlânticas sem um debate coletivo, sem levar em conta a opinião de todos os países interessados".
Segundo os russos, este novo passo de Washington para a configuração de um escudo antimísseis na Europa "não pode deixar de preocupar, já que em sua primeira fase se produz um aumento significativo do potencial antimísseis dos EUA na região europeia".
Ao mesmo tempo, a Chancelaria insiste na exigência de "garantias jurídicas de que o futuro sistema de defesa antimísseis não apontará para as forças nucleares estratégicas russas".
Os navios americanos que operam no Mediterrâneo fazem parte da primeira fase do desdobramento do escudo antimísseis projetado pela Otan e levam a bordo radares e sistemas de intercepção "Aegis".
Ao componente naval se somará nos próximos anos um terrestre, para o qual Washington já assinou acordos com a Romênia e a Polônia, que abrigarão mísseis interceptores, e com a Turquia, onde será instalado um radar avançado.
A política antimísseis do imperialismo estadunidense, em conluio com países europeus da Otan, países do Leste europeu, ex-integrantes do antigo bloco soviético e a Turquia, faz parte de uma orientação mais geral de militarização das relações internacionais, na qual importante papel é atribuído também à instalação de bases militares navais e terrestres.
Paralelamente às tentativas de instalar o escudo antimísseis na Europa, o imperialismo estadunidense militariza também a América Latina, ao relançar a Quarta Frota da sua Marinha de Guerra, contra a qual se alçaram movimentos sociais, encabeçados pelo Cebrapaz, organização brasileira integrante do Conselho Mundial da Paz e a Aliança Social Continental, que organizam a Campanha pela Desmilitarização das Américas com a participação de mais de cem organizações sociais.
Da redação, com agências