George Mavrikos: 40 países no Dia Internacional de Ação
A crise mundial do capitalismo ameaça o emprego e os direitos da classe trabalhadora em todo o mundo. Em resposta a esse cenário, a Federação Sindical Mundial (FSM) convocou a classe trabalhadora e o povo em geral para manifestações em diferentes países no dia 3 de outubro, mesma data de sua fundação, em 1945.
Publicado 04/10/2011 17:03
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Leia abaixo a entrevista:
Portal CTB: Qual sua expectativa para o 3 de outubro? Organizações de quantos países devem realizar atos nessa importante data?
George Mavrikos: As perspectivas para este ano são muito alentadoras. Já contamos com a informação de participação de mais de 40 países nos quais estão sendo organizados atos para esse dia – e o número final será muito maior. Essa iniciativa despertou grande interesse em todos os continentes e o número de mobilizações vai superar tranquilamente a participação de edições passadas.
Portal CTB: Para a FSM, como o 3 de outubro pode contribuir para a luta contra a crise econômica atual?
George Mavrikos: A coordenação do movimento sindical e a solidariedade internacionalista entre os trabalhadores são uma ferramenta fundamental para alcançar uma saída para essa crise do sistema capitalista. É fundamental contar com uma plataforma ideológica comum que evite que as consequências dessa nefasta crise sejam pagas pelos trabalhadores – justamente a intenção dos capitalistas. O 3 de outubro é uma iniciativa que vai fomentar essa coordenação a nível internacional entre todas as forças classistas do mundo, a partir da unidade de ação contra os monopólios e o imperialismo, e ao mesmo tempo constituirá uma grande demonstração de solidariedade internacionalista.
Portal CTB: Como serão na Grécia as atividades do 3 de outubro? Há duas outras grandes manifestações marcadas para o mesmo mês. Há como aproveitar seus esforços conjuntos para o Dia Internacional de Ação?
George Mavrikos: Este ano o PAME (Frente Militante de Todos os Trabalhadores) levará a cabo greves e ações de protesto em diferentes locais de trabalho, assim como uma grande mobilização na cidade de Salônica, no norte da Grécia. O PAME selecionou várias empresas monopolistas que se aproveitam das necessidades humanas básicas – como a alimentação, os medicamentos e a energia – e nesses lugares organizará diferentes ações. Esses monopólios demonstraram da forma mais categórica quem ganha e quem perde com a crise econômica, e por isso foram escolhidos como forma de colocar em relevo o modo capitalista de organização econômica. É hora de lutar pela organização nos locais de trabalho, nos bairros populares. A luta que estamos conduzindo é uma luta por nossas vidas, nosso futuro e nossos filhos.
Portal CTB: O 3 de outubro marca também o 66º ano de história da FSM. Que balanço pode ser feito a respeito de seu papel na luta dos trabalhadores? Quais as perspectivas para os próximos anos?
George Mavrikos: A FSM tem uma rica história de 66 anos. Estamos orgulhosos dessa história porque ela sempre se manteve de forma firme ao lado da classe trabalhadora e do povo, contra os imperialistas e contra o capital. Apoiou de diversas formas os povos que lutavam por sua liberdade contra as ditaduras de regimes antidemocráticos. No Chile, na Guatemala, na Nicarágua, em El Salvador, em Granada e em todo o mundo a FSM sempre teve uma posição clara contra os exploradores. Sempre apoiamos e seguiremos apoiando a Revolução Cubana, as mudanças na Bolívia, Equador, Venezuela, etc. Estamos do lado oposto ao qual está a CSI, que desde 1949 até hoje vem apoiando as guerras imperialistas, como atualmente o faz na Líbia, Afeganistão, Iraque, e segue apoiando Israel e difamando Cuba e Venezuela.
É por isso que estamos orgulhosos das histórias da FSM. Ao mesmo tempo, é lógico que essa história tivesse e tenha debilidades, pois foram cometidos erros e não podemos dizer que eles também não serão cometidos nos dias atuais – e nem mesmo afirmar que tudo o que fazemos é correto. Assim é a vida. No entanto, nunca nos escondemos, nunca nos calamos, nunca nos mostramos “neutros”.
Nas atuais condições da crise capitalista, é um dever fundamental para a FSM a formulação de uma estratégia de saída para a barbárie capitalista. Essa estratégia e sua tática foram definidas no 16º Congresso Sindical Mundial. Com base nas decisões que foram tomadas, estamos lutando, em primeiro lugar, para que a classe trabalhadora não pague pela crise. Em segundo lugar, para que se satisfaçam as necessidades contemporâneas para a sobrevivência das massas populares. E em terceiro lugar, para dar forma a um movimento de massas, classista, de mudança radical, que tenha como competir pelo poder, ao lado dos camponeses pobres, dos jovens, dos autônomos, dos sem-terra e dos indígenas.
Fonte: Fernando Damasceno – Portal CTB