Trabalhadores marcham em Portugal contra corte de gastos
Milhares de pessoas marcharam em Lisboa e no Porto neste sábado para protestar contra medidas de austeridade impostas sob os termos de um pacote de resgate do Fundo Monetário Internacional (FMI) e da União Europeia.
Publicado 02/10/2011 12:59
"Com força aqui estamos, pela luta é que lá vamos". As palavras de ordem – ouvidas durante as três horas da grande manifestação em Lisboa – sintetizam a mensagem fundamental desta jornada de luta.
As quase 200 mil pessoas que saíram às ruas – 130 mil na capital e 60 mil no Porto, e também cerca de mil no Funchal – deram corpo e voz ao justo protesto: "contra o empobrecimento e as injustiças". E fizeram desfilar numa corrente única as várias batalhas em que ultimamente têm estado empenhados trabalhadores de diferentes setores e empresas, bem como populações e prestadores de serviços públicos, especialmente de saúde.
Mas estes milhares de portugueses vieram também dizer que não se vergam aos ditames do entendimento entre a troika defensora dos interesses dos agiotas que pretendem continuar a sugar a riqueza nacional e a troika dos partidos que estão comprometidos com a política de direita e aceitaram submeter-se ao pacto de agressão.
O maior sindicato, o CGTP-IN, pediu por mais protestos e uma ação trabalhista na semana de 20 a 27 de outubro "contra a pobreza e a injustiça e contra a agressão do Fundo Monetário Internacional". A ideia é promover greves totais ou parciais e ações públicas, "numa luta que tem que ser cada vez mais geral", como se afirma na resolução saída das manifestações de sábado.
"Quando analisamos os primeiros 100 dias do novo governo, é uma desgraça… a direita e a extrema direita não têm solução para os problemas do país, nenhum desenvolvimento econômico", disse o líder do CGTP, Manuel Carvalho da Silva, aos manifestantes.
"Quando eles atacam nossos direitos, quando a pobreza e a injustiça estão crescendo, então nossa luta tem que ser generalizada, tem que ser a luta de todos".
Em Lisboa, o protesto foi encabeçado por um grupo de trabalhadores da TNC, enquadrado por seis caminhões com bandeiras. Logo a seguir, desfilaram dirigentes da CGTP-IN e o entusiasmado grupo de ativistas da Interjovem. Uma delegação do PCP, incluindo o secretário-geral Jerônimo de Sousa, saudou a passagem dos manifestantes e acabou por se integrar também ao desfile, na Avenida da Liberdade.
No Porto tiveram lugar duas concentrações: na Praça dos Leões (do distrito anfitrião) e na Praça da Batalha (dos restantes distritos do Centro e Norte), de onde os manifestantes marcharam para um destino comum: a Avenida dos Aliados, onde interveio João Torres, da Comissão Executiva da CGTP-IN.
Com PCP