Fidel: Cuba mudará, mas por nosso esforço e apesar dos EUA
"Muitas coisas mudarão em Cuba, mas mudarão por nosso esforço, e apesar dos Estados Unidos. Talvez antes esse império seja derrubado", escreveu Fidel Castro, em novo artigo, nesta quinta (29). A declaração é uma resposta ao presidente norte-americano, Barack Obama, que afirmou que seu país "estará disposto a alterar a política para Cuba quando ocorrerem transformações políticas e sociais" na ilha.
Publicado 29/09/2011 12:45
"Que simpático! Que inteligente! Tanta bondade não permitiu a ele compreender ainda que 50 anos de bloqueio e de crimes contra nossa pátria não puderam dobrar nosso povo", ironizou Fidel Castro na última de suas "Reflexões", intitulada "A vergonha supervisionada de Obama".
No texto, o líder da revolução cubana rechaçou a decisão da "juíza ianque", Joan Lenard, do Distrito Sul da Flórida, de obrigar o antiterrorsta cubano, René González, a permanecer em território norte-americano por três anos, após o cumprimento da "pena injusta que lhe impuseram".
"Depois de 13 anos de cruel e desmerecida prisão, o governo dos Estados Unidos obriga René a permanecer nessa nação, onde ficará à mercê de assassinos impunes durante três longos anos, sob um qualificado regime de 'liberdade' supervisionada", critica Fidel.
O ex-presidente da ilha afirmou que foram os Estados Unidos que "engendraram monstros como o terrorista confesso Posada Carriles e Orlando Bosch (…), que, como agentes da CIA, fizeram explodir em pleno vôo um avião cubano repleto de passageiros", fato que provocou a morte de 70 pessoas.
"Em prisão injusta e vingativa, continuarão por longos anos de confinamento outros três heróis cubanos, e mais um, condenado à prisão perpétua por duas vezes. Assim responde o império à crescente demanda global pela liberação dos mesmos", disse ele.
"Se assim não fosse, o império deixaria de ser império; e Obama deixaria de ser tonto", avaliou o ex-governante da ilha
Desde 12 de setembro de 1998, Fernando Gonzalez, Antonio Guerrero, Gerardo Hernández, René González e Ramón Labañino estão privados de liberdade nos Estados Unidos, por se infiltrarem em grupos terroristas na Flórida, para coletar informações e impedir os planos violentos contra Cuba.
Fidel Castro destacou que a "decisão torpe" da justiça norte-americana surge quando a Assembleia Geral da ONU desenvolve uma discussão sobre a necessidade de refundar essa instituição. "Nunca se ouviram críticas tão sólidas e enérgicas", avaliou, para, em seguida, reproduzir a carta enviada por Chávez à assembleia.
"Nossos cinco heróis simbolizam a resistência obstinada dos patriotas cubanos. Eles jamais claudicarão! Jamais se rendirão!", disse. "É óbvio que a juíza do Distrito Sul da Flórida pôs em evidência a vergonha supervisionada de Obama", encerrou Fidel. O texto, publicado pela imprensa cubana, é o terceiro que o ex-presidente escreve em menos de uma semana.