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Rock in Rio dá espaço à nova cara da música brasileira

A nova cara da música brasileira mistura MPB, samba, eletrônica, hip hop e, sobretudo, rock, e marca presença no megafestival Rock in Rio, que deve reunir 700.000 pessoas até domingo no Rio de Janeiro.

Cantora Karina Buhr abriu apresentações do Palco Sunset no segundo dia do Rock In Rio

Tulipa Ruiz, Karina Buhr, Marcelo Jeneci, Emicida e Tiê são alguns dos artistas que, apesar de no Rock in Rio estarem restritos ao palco menor, o Sunset, já vêm fazendo sucesso no cenário musical alternativo brasileiro e recebem críticas positivas da imprensa especializada.

Os músicos da nova geração misturam influências diversas, da MPB ao rock, e produzem um som "leve", e ao mesmo tempo moderno e urbano, explica à AFP o sanfoneiro, pianista e cantor Marcelo Jeneci, que se apresenta no festival na quinta-feira.

"O mais importante é a adequação da melodia à letra, independentemente do estilo ou gênero", declara o artista paulista de 29 anos sobre seu disco "Feito para Acabar", de 2010.

Para ele, o cenário musical brasileiro está mudando por conta da internet, que deu espaço a pessoas que "têm algo a dizer, de forma mais pura e menos plastificada".

O show no Rock in Rio também é uma oportunidade de tocar para um público mais amplo, afirma à AFP Tulipa Ruiz, outra cantora revelação que vem recebendo elogios por seu álbum "Efêmera", de 2010, que ela define como essencialmente "pop".

De fato, ao dividir o palco no sábado com os já consagrados músicos da banda pernambucana Nação Zumbi – precursora do movimento manguebeat – Tulipa conquistou mais fãs.

"Foi bem interessante o festival trazer gente nova", disse Daniel Terra, publicitário paulista de 27 anos, sobre a apresentação.

Vestida com um macacão de lantejoulas e tocando tambor, a cantora e percussionista pernambucana Karina Burh fez seu show no sábado cantando músicas de Marcelo Yuka, um dos fundadores do Rappa. O disco de Karina, "Eu Menti para Você", une influências de música pernambucana às guitarras com um pouco de eletrônica.

O Rock in Rio também promove a interação entre músicos latino-americanos, como é o caso do show no próximo dia 1º da brasileira Tiê com o uruguaio Jorge Drexler, que participou do último álbum da cantora, "A Coruja e o Coração", um disco que segundo ela é "folk, com influências de Beatles a Jhonny Cash".

"Não conheço Drexler pessoalmente, mas resolvemos tocar juntos porque temos uma identidade musical bastante semelhante", afirmou Tiê, destacando a "doçura" que o uruguaio imprime em suas canções.

O palco Sunset também abrigará na sexta-feira o rapper Emicida que, além de fazer as denúncias sociais inerentes ao estilo, leva um pouco de "lirismo" ao rap. Ele se apresenta com o mestre do samba Martinho da Vila, em uma mistura inusitada.

O show do grupo Monobloco, criado em 2000, dará um toque carnavalesco à sexta-feira. A banda é uma das responsáveis por resgatar o Carnaval de rua no Rio de Janeiro, misturando marchinhas a canções de ícones do pop brasileiro, como Jorge Benjor e Tim Maia.

Justamente por mostrar que não tem preconceitos, o Rock in Rio foi escolhido para ser tema do samba-enredo da escola de samba carioca Mocidade Independente no Carnaval de 2013.

Fonte: AFP