FHC e Marina se elogiam em busca de aliança política
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e a ex-senadora e candidata derrotada à Presidência da República Marina Silva (sem partido) deram nesta terça-feira indicações de que podem se tornar aliados próximos, ao se elogiarem mutuamente durante evento organizado pelo Instituto FHC, entidade que o ex-presidente criou para defender suas posições neoliberais e conservadoras e instrumentalizar sua ação político-partidária.
Publicado 27/09/2011 19:47
FHC começou seu discurso dizendo que o auditório estava cheio por causa do “fascínio” que Marina exercia sobre as pessoas.
O ex-presidente disse que os dois mantêm bom relacionamento há muito tempo. Referiu-se à troca de cartas que faziam quando ela era senadora pelo PT do Acre e ele presidente da República.
"Marina é uma pessoa íntegra que diz as coisas com sinceridade", disse o ex-presidente neoliberal.
Marina Silva que já se despiu de todo traje progressista com que outrora conquistou notoriedade como militante petista, afagou o decadente líder tucano: "o senhor tem uma responsabilidade muito grande em relação a esse debate. Referia-se ao tema ambiental. Marina compareceu ao ninho do tucano para falar sobre o Código Florestal, aprovado pela Câmara dos Deputados e em tramitação no Senado.
Marina elogiou FHC atribuindo a ele o esforço em favor da aprovação pelo Congresso da legislação sobre a Mata Atlântica quando era ministra do governo Lula.
"O senhor sempre ajudou com a sua bancada de senadores", disse a ex-ministra.
Marina ainda colocou o ex-presidente na sua lista de "mantenedores de utopia", que inclui Lula, o ambientalista Chico Mendes e o educador Paulo Freire.
"Essas pessoas nos ensinaram que não deveríamos ser pragmáticos, mas deveríamos ser sonhadores", disse.
Marina ainda classificou o evento no Instituto FHC como um diálogo de convergência. E disse que está disposta a continuar o debate.
A troca de amabilidades entre FHC e Marina Silva revela a disponibilidade de ambos para uma aliança política tendo em vista formar um campo político em essência conservador e neoliberal com ares de modernidade.
Com agências