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Após fracassos, CNT anuncia novo prazo para formar governo líbio

O dirigente do autonomeado Conselho Nacional de Transição (CNT) da Líbia, Mahmoud Jibril, disse nesta terça-feira (20) que em dez dias o país terá um governo de transição. Segundo ele, o esforço será para buscar o consenso e consolidar um processo democrático.

Jibril está em Nova York para participar da 66ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) e também de reuniões paralelas, como a lançada pelo G8 (grupo dos países mais desenvolvidos do mundo). A bandeira da oposição da Líbia foi hasteada ao lado das dos demais países que integram a ONU.

Os chanceleres dos Estados Unidos, do Japão, da Alemanha, do Reino Unido, da França, Itália e do Canadá, além da Rússia — que integram o G8 — comprometeram-se a apoiar o plano de ação que se propõe a consolidar o processo de mudanças políticas e econômicas na região.

O governo do Brasil apoiou a participação dos integrantes do CNT nas reuniões da Assembleia Geral da ONU. Mas ainda não se manifestou oficialmente sobre o reconhecimento à legitimidade do órgão como único representante no comando da coordenação do processo de transição na Líbia.

Mais dez dias

Esta é a segunda vez em menos de um mês que Mahmoud Jibril anuncia a formação de um governo de transição no país. Em entrevista coletiva no último dia 11 de setembro, Jibril — que é considerado o "primeiro-ministro" do CNT, representação política da rebelião armada anti-Kadafi — fez a mesma previsão.

Apesar do apoio dos bombardeios aéreos da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), os grupos armados do CNT ainda têm grande dificuldade em tomar Sirte, cidade natal de Kadafi, na costa mediterrânea, e Bani Walid, um oásis situado 150 quilômetros a sudeste de Trípoli.

Porta-vozes do CNT reconheceram que suas tropas têm encontrado continuada e forte resistência dos seguidores do líder líbio, cujo paradeiro é desconhecido desde finais de agosto, quando a capital caiu em mãos dos grupos armados do CNT apoiados pela Otan.

Segundo testemunhos, esses grupos reiniciaram nesta segunda-feira (19) as escaramuças em Bani Walid, cuidando de não cair sob o fogo de morteiros e combatentes fiéis a Kadafi que neste domingo (18) lhes causaram sérios estragos em suas estruturas e posições de combate. O contra-ataque de militares e civis da tribo Warfallah que defendem Bani Walid obrigou a oposição militar a Kadafi a recuar vários quilômetros ao norte.

Para analistas, outro ponto que dificulta a instalação de um pretenso governo provisório são as divergências internas no próprio CNT.

Da redação, com informações das agências