23/9: Trabalhadores dos Correios convocam passeata em SP
Trabalhadores dos Correios reafirmam a greve e convocam passeata para sexta-feira, 23, no Vale do Anhangabau.
Publicado 21/09/2011 16:37 | Editado 04/03/2020 17:17
Na assembleia realizada nesta terça-feira (20) os trabalhadores se mantiveram firmes e votaram pela continuidade da greve.
Aprovaram ainda uma moção de repúdio às últimas declarações do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, divulgadas na imprensa. Os trabalhadores dos Correios criticam o desrespeito e lembram que a greve é um direito! E ainda que as negociações não avançam por parte da própria ECT, que tem condições sim de melhorar a proposta, mas não tem interesse.
Por fim, o Sindicato convocou a massa de ecetistas para uma grande passeata na sexta-feira (23), com concentração no Vale do Anhangabaú, em frente à Agência Central dos Correios. Essa é uma greve NACIONAL. Assim, ao mesmo tempo, em todo o Brasil os ecetistas vão às ruas.
Concentração a partir da 15 h, no Vale do Anhangabaú (Agência Central dos Correios)
A Greve Nacional dos Trabalhadores dos Correios, iniciada no último dia 13, segue forte em todo o país, paralisando mais de 70% do setor operacional da Empresa. Mesmo diante da força do movimento paredista, a direção da ECT e o Ministério das Comunicações mantêm sua intransigência e se recusam a negociar, sendo que desde a deflagração da Greve não foi feita qualquer nova proposta pela empresa com o objetivo de se chegar a um acordo.
Ao invés de buscar chegar a um acordo, a direção da ECT e o Ministério das Comunicações têm tomado atitudes provocativas que inflamam ainda mais os grevistas. Estão mentindo a toda a população ao afirmar que o número de trabalhadores em Greve esta diminuindo, quando o que ocorre é o contrário, podendo ser facilmente comprovado em visita a grande maioria dos vários Centros de Distribuição Domiciliares (CDD’s) dos Correios em todos os estados. Nesses locais, a carga postal esta sendo acumulada, já que a grande maioria do pessoal que realiza as entregas participa da greve.
Outra provocação foi a do Ministro das Comunicações Paulo Bernardo, que ao anunciar o desconto dos dias parados afirmou: “Não podemos confundir greve com férias. Quem não trabalha não pode ser pago”, em claro desrespeito aos trabalhadores que sabem perfeitamente que Greve não são férias, e sim luta contra as intransigências dos Correios e do Governo, que mesmo tendo todas as condições de fazer uma proposta decente que viabilize o fim da paralisação, se negam a fazê-la.
O que dá todas as condições à empresa para fazer uma proposta melhor é o fato de que ela teve um lucro de R$ 500 milhões no primeiro semestre de 2011, com aumento de 48% em relação ao mesmo período do ano passado, sendo o faturamento previsto para 2011 de R$ 14 bilhões, enquanto o de 2010 foi de R$ 12 bilhões. Só o contrato do Banco Postal rendeu R$ 2,3 bilhões para os Correios. Todo esse lucro só foi possível com a super exploração dos trabalhadores.
Para protestar contra todas essas provocações, intransigências e mentiras, tanto do presidente da ECT, Wagner Pinheiro, e do Ministro das Comunicações, Paulo Bernardo (que têm no seu histórico político o movimento sindical e hoje renegam suas origens) e visando mostrar a toda a população que a Greve dos Correios em todo o país continua muito forte e seguirá assim até a vitória, chamamos todos para a grande passeata que realizaremos na sexta-feira, dia 23 de setembro de 2011. Partirá do Vale do Anhangabaú (da frente da Agência Central dos Correios), com concentração a partir das 15 horas.
Além de convidar todos os trabalhadores e trabalhadoras dos Correios e seus familiares para esta passeata, convidamos as Centrais Sindicais, outros sindicatos, associações de aposentados, movimentos sociais, parlamentares e todos aqueles que defendem que é preciso que o Governo mude a sua política na área econômica. Política essa que atualmente privilegia os banqueiros e agiotas, ao invés de valorizar os salários quando isso é plenamente possível e necessário para aumentar o mercado interno e gerar mais produção e empregos, inclusive para se prevenir de possíveis crises que podem chegar ao nosso país.
ELIAS CESÁRIO DE BRITO JÚNIOR (DIVIZA)
Presidente do SINTECT/SP