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Haddad recebe apoio da maior ala do PT para eleição de 2012

O ministro da Educação, Fernando Haddad, ganhou nesta segunda (19) o apoio da corrente majoritária do PT na disputa interna para definir o candidato do partido à Prefeitura de São Paulo no ano que vem.

Ele recebeu a adesão da CNB (Construindo um Novo Brasil), integrada pelo ex-presidente Lula e pela presidente Dilma Rousseff. A ala controla 60% do diretório nacional e cerca de 30% da cúpula municipal da legenda.

A decisão reduz as chances da senadora Marta Suplicy de concorrer à Prefeitura pela quarta vez seguida – ela venceu em 2000 e perdeu em 2004, para José Serra (PSDB), e 2008, para Gilberto Kassab (ex-DEM, hoje no PSD).

Também disputam a indicação no PT os deputados Jilmar Tatto e Carlos Zarattini e o senador Eduardo Suplicy.

União

Haddad investe na retórica de que partido precisa de uma "cara nova", prometeu se engajar mais na vida partidária e pediu união para interromper a sequência de derrotas eleitorais na cidade.

O discurso foi repetido nesta segunda (19), na reunião fechada que formalizou o apoio do CNB. Haddad falou duas vezes. Ao analisar a divisão de forças na sigla, agradou ao definir a corrente como "centro gravitacional" do partido.

"Ele aprendeu rápido a usar o bambolê da polítca", elogiou Francisco Rocha, coordenador nacional da CNB.

O ministro conseguiu quebrar a resistência do deputado Ricardo Berzoini, que havia se recusado a assinar uma moção de apoio à sua pré-candidatura alegando cerceamento à democracia no PT.

Corrente minoritária

Haddad integra uma corrente minoritária, a Mensagem ao Partido, que tem 16% da direção nacional e 7% da cúpula municipal. O apoio de Lula foi fundamental para que o ministro chegasse à ala dominante – que agora assumirá a articulação para evitar a realização de prévias no fim de novembro.

O ex-presidente defende que Haddad seja indicado por consenso, mas busca uma "saída honrosa" para Marta.

A senadora lidera a corrida à prefeitura com até 31% das intenções de voto, segundo o Datafolha. Nos cenários em que aparece, Haddad oscila entre 1% e 2%. O ministro comemorou o anúncio do apoio: "Parece que estou indo bem, né?"

"É um passo importante na candidatura dele", reconheceu o rival Carlos Zarattini. A senadora Marta não quis se manifestar.

Fonte: Folha de S. Paulo