Embaixador palestino espera apoio do Brasil na ONU
A Assembleia Geral da ONU acontece em meio a grandes expectativas, no próximo dia 21, em Nova York. No evento, a Autoridade Nacional Palestina solicitará à entidade o reconhecimento do Estado Palestino, e o tema irá à votação. Para conquistar o apoio necessário, o embaixador palestino no Brasil, Ibrahim al Zeben, quer o apoio da presidente Dilma Rousseff, que, seguindo a tradição, fará o discurso de abertura.
Publicado 14/09/2011 10:40
"Nós solicitamos ao Brasil e aos nossos amigos que usem seus bons ofícios para convencer outros países de seguir adiante nesta estratégia [de reconhecer o Estado palestino]. O Brasil é um país que tem uma grande influência", disse Zeben, em entrevista à Folha de S. Paulo.
Ele acredita que Dilma conseguirá pôr um fim ao que chamou de "etapa Osvaldo Aranha" no Brasil – uma referência à criação de Israel, em 1948, depois de a ONU aprovar projeto de partilha da Palestina quando o ex-chanceler brasileiro era presidente da Assembleia Geral do órgão.
"Esperamos que seja o fim da 'etapa Osvaldo Aranha' e o início da 'etapa Dilma Rousseff'. Em 1947, Aranha recomendou a partilha da Palestina que criou Israel e não conseguiu criar a Palestina. Temos esperança que agora o Estado da Palestina será criado e admitido", detalhou.
O embaixador agradeceu o apoio de 35 entidades brasileiras, que organizam uma passeata para o dia 20 na Praça Ramos de Azevedo, em São Paulo, a favor da criação do Estado da Palestina.
Ele explicou que o primeiro passo será solicitar o reconhecimento ao Conselho de Segurança da ONU. "A Assembleia Geral será o segundo passo, qualquer que seja a resposta do Conselho. Mas uma resolução da Assembleia nos dará status de Estado não membro", afirmou.
De acordo com Ibrahim al Zeben, até o momento, 130 países já apoiam a criação do Estado palestino. E ainda há 10 dias para conquistar novos apoios. Os Estados Unidos, contudo, já anteciparam que deverão votar contra.
Questionado sobre como está hoje a estrutura do Estado palestino, ele respondeu que os três poderes existem sob a Autoridade Palestina, e o Banco Mundial reconheceu, em maio, que o Estado palestino já está pronto para se autogovernar.
Na entrevista, ele classificou a reconciliação com o grupo islâmico Hamas como algo importante, mas que pode ser "um passo paralelo".
Com Folha de S. Paulo