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O povo está acordando, diz dirigente social chilena

As pessoas estão acordando no Chile contra o sistema neoliberal imposto à força, declarou a filósofa Gabriela Zúñiga, porta-voz do Agrupamento de Familiares de Detentos Desaparecidos (AFDD).

Em entrevista exclusiva à Prensa Latina, a integrante do diretório da AFDD comentou que durante muito tempo os movimentos sociais estiveram adormecidos, como em uma espécie de aceitação do status quo imposto na ditadura e que "os governos do 'acordoa administraram muito bem".

No entanto, assegurou, produziu-se "um acordar, um resurgimento das mobilizações sociais" com um caráter transversal, muito amplo, extraordinariamente massivo" e com uma permanência no tempo significativa.

A acadêmica chilena situa entre os primeiros sinais dessa massividade as marchas com mais de 100 mil pessoas em rejeição ao megaprojeto energético de Hidroaysén na Patagonia chilena.

Depois vieram os estudantes, cujo movimento, apontou, conseguiu o apoio de 80% da cidadania, identificada com oas reivindicações a favor da gratuidade na educação e na contramão da educação de mercado.

A representante da AFDD assegurou à Prensa Latina que o mal-estar popular é contra o sistema em geral. "Está também o tema da saúde, da moradia, da reconstrução pós terremoto, dos empresários que defraudam a cidadania como foi o caso da La Polar". A indignação sai à rua e tem lugar precisamente com a direita no poder e com um descenso tremendo na aprovação dos chilenos em relação ao gerenciamento de governo, destacou Zúñiga.

Ela ilustrou que, na época do resgate dos 33 mineiros, a popularidade do governo chegou inclusive a 70% e, menos de um ano depois, não ultrapassa os 30%.

Na opinião da porta-voz da AFDD, cada vez mais percebe-se maior compromisso, "maior rigorosidade ideológica" nas demandas das manifestações sociais no Chile, giro afim com a envergadura do descontentamento social.

Fonte: Prensa Latina