Sem categoria

Egito endurece leis de emergência da ditadura e anuncia repressão

O governo militar egípcio divulgou no domingo (11) novas áreas em que poderá aplicar antigas leis de emergência, o que inclui a repressão a bloqueios rodoviários, divulgação de informações falsas ou porte de armas, segundo a agência estatal de notícias Mena.

Falando pela TV estatal, o ministro do Interior, Mansur Essaui, também alertou que a polícia vai atirar em quem ameaçar vidas atacando delegacias ou a sede do ministério.

As novas medidas são adotadas depois dos últimos protestos populare, na semana passada, quando manifestantes atacaram uma delegacia de polícia e ocuparam a embaixada do Estado sionista de Israel no Cairo. Houve confrontos com a polícia nos quais três pessoas morreram e mais de mil ficaram feridas.

A Mena disse também que um decreto será emitido para dar início no final de setembro ao registro de eleitores para uma eleição parlamentar cuja data não foi anunciada.

A agência disse que a lei de emergência, em vigor desde que o ex-presidente Hosni Mubarak ascendeu ao poder, em 1981, será usada para combater "violações da segurança nacional ou pública no país, e o financiamento disso, a posse de armas e munições, seu comércio, e (a atividade de) trazer, exportar ou comercializar drogas."

Ela também será aplicada contra "o banditismo, a agressão contra a liberdade de trabalhar, a sabotagem de fábricas e retenções nos transportes, bloqueios rodoviários e a publicação deliberada de rumores e declarações ou notícias falsas".

O Egito vive uma fase de intensa luta política e social e instabilidade política desde janeiro, quando tiveram início os protestos que derrubaram o ditador Hosni Mubarak.

O governo disse no sábado que vai reativar as leis de emergência, que foram prorrogadas por seis meses em abril. Elas concedem às autoridades amplos poderes para deter pessoas e transferi-las para tribunais militares ou especiais.

Essas leis tiveram um papel importante na repressão política e social a opositores do regime de Mubarak, e sua revogação é uma das principais reivindicações dos manifestantes desde a derrubada do ditador.

Hafez Abu Saeda, presidente da Organização Egípcia de Direitos Humanos, disse que o anúncio abre a perspectiva de que a junta militar que governa o Egito prorrogue as leis até o período da eleição parlamentar.

O governo promete realizar a eleição ainda neste ano, provavelmente em novembro.

Com agências