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Ato em Brasília denuncia perseguição ao comunismo na Eslováquia

Atendendo apelo do Partido Comunista da Eslováquia (PCE), a União da Juventude Socialista (UJS) e o PCdoB promoveram manifestação, na tarde desta sexta-feira (2), em frente à Embaixada daquele país em Brasília. O PCE entrou em campanha contra o projeto de lei que o parlamento eslovaco quer aprovar tornando crime a "propagação do comunismo em público". “Ter opinião não é crime…abaixo o anti-comunismo na Eslováquia”, dizem os manifestantes brasileiros nos cartazes.

André Torkaski, presidente da UJS, diz que o PCdoB e entidades populares do Brasil se unem em apoio e solidariedade aos partidos comunistas e outras organizações da Europa que têm sofrido com perseguição constante e tendência de crescimento de manifestações fascistas naquela região. E anunciou para a próxima segunda-feira (5) nova manifestação em função de terem encontrado fechada a Embaixada da Eslováquia .

 Torkaski destaca o atentado recente na Noruega a um acampamento da juventude social-democrata por um ativista de extrema-direita, que matou 93 pessoas, como uma demonstração do recrudescimento de manifestações fascistas.

Os manifestantes brasileiros também lembraram a crise econômica, que teve sua origem nos Estados Unidos – núcleo do sistema capitalista – e repercutiu fortemente na Europa. Para eles, essa crise produziu uma onda da direita, que se manifesta em ações como a do parlamento da Eslováquia que quer aprovar lei que considera crime manifestações comunistas.

Aqueles e aquelas que forem acusados de expressar ideias comunistas poderão ser condenados de seis meses a três anos de prisão, segundo o projeto de lei.

Os comunistas brasileiros fazem coro a fala dos seus camaradas europeus, destacando que “os planos anti-comunistas da burguesia fracassarão. A superioridade da nossa ideologia, a justa causa da classe operária pode quebrar os seus mecanismos mais severos. Vamos continuar de uma forma ainda mais determinada e inflexível de modo a derrotar o poder antipopular do grande capital”.

E acrescentam que “a histeria anti-comunista não enganará a classe operária e as forças populares que são duramente afetadas pelos problemas do desemprego, o retrocesso das políticas sociais, da segurança social e dos direitos dos trabalhadores, pela própria barbárie capitalista”.

Caminho para o fascismo

O Partido Comunista da Eslováquia (PCE) entrou em campanha contra a proposta que, nas suas palavras, "transforma a liberdade de expressão em crime". E, entre outras iniciativas, dirigiu "um apelo urgente, da Eslováquia a todos os povos progressistas do mundo".

"Para disfarçar, os autores do projeto estão tentando aprovar um projeto de lei que incrimina também a propagação do fascismo. Ao colocar no mesmo patamar o comunismo e o fascismo, suprimindo o direito à liberdade de expressão dos comunistas, os deputados estão preparando o caminho para o verdadeiro fascismo", comenta o PCE.

A equiparação dos símbolos comunistas à simbologia e propaganda nazista visa apagar o papel da União Soviética na derrota do nazi-fascismo, avaliam os comunistas eslovacos. “É um insulto à memória dos muitos milhões que deram as suas vidas na luta contra o fascismo, pela liberdade e a democracia, em todo o continente”, ressaltam no apelo feito aos partidos progressistas do mundo e aos movimentos social e popular.

A lei é vista também como “uma ação repressiva destinada a apagar da memória dos povos, e especialmente da juventude, as extraordinárias conquistas e aquisições civilizacionais do socialismo, ao longo do século 20”.

O PCE conta que "desde 1989, os direitos civis do nosso povo têm sido vilipendiados pelos partidos de direita que chegaram ao poder após o que a mídia do Ocidente costuma chamar 'revolução de veludo'. Eles destruíram a propriedade pública, acabaram com o emprego, a assistência médica, educação, as leis progressistas que beneficiavam os empregados e empregadas e o desenvolvimento equilibrado de todas as regiões do nosso país”.

“Os resultados são o desemprego em massa, a emigração, o aumento da criminalidade e as tensões racistas entre os povos da Eslováquia e da Roménia", denunciam ainda os comunistas eslovacos.

Apelo ao mundo

"Apelamos a todos aqueles que acreditam na justiça e na liberdade para que não permitam que o parlamento eslovaco aprove esta lei. Uma vez o fascismo já foi derrotado na Europa. Não podemos permitir o seu ressurgimento", conclamam os comunistas eslovacos.

"Por favor, proteste junto ao Presidente do Parlamento Eslovaco pelo correio electrônico. Deixe que ele saiba que você e a sua organização se opõem a quaisquer tentativas de aprovação da lei de 'propagação do comunismo' como sendo um ataque à liberdade de expressão, à democracia e aos direitos civis", solicita, em regime de urgência, o CE.

A Eslováquia é um pequeno país do Leste Europeu, com 5,4 milhões de habitantes. Surgiu com a dissolução da Tchecoslováquia, em 1993.

Serviço:
Os protestos e apelos devem ser enviados a Jozef Migas, presidente do Parlamento Eslovaco no e-mail predseda@nrsk.sk Os organizadores da campanha pedem que uma cópia da mensagem seja enviada também para eles no e-mail para stophelaw@post.cz

De Brasília
Márcia Xavier