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Evento destaca manifestações de apoio à causa palestina

O Seminário Nacional sobre a Causa Palestina, promovido pelo Movimento Democracia Direta e a Universidade de Políticas do Movimento Popular (Unipop) , na última quinta-feira (25), em Brasília, contou com a participação de centenas de organizações populares de todo o Brasil, que manifestaram apoio à causa do povo palestino e ao reconhecimento e criação do Estado da Palestina na Organização das Nações Unidas (ONU).

A exibição de um vídeo sobre a repressão feita ao povo palestino por parte das forças de segurança de Israel, que chamou atenção dos presentes, abriu o evento. Houve ainda a exposição de duzentos (200) cartazes contando toda história e luta do povo palestino por sua independência. O Documento Final, aprovado no evento, será enviado ao Itamaraty, à Secretaria Geral da ONU e aos movimentos sociais brasileiros.

Vários palestrantes abordaram os diversos aspectos da causa palestina. O representante diplomático da Palestina no Brasil, Salah Elqataa, que manifestou a gratidão do povo palestino tanto ao povo como ao governo brasileiro pelo apoio e o reconhecimento ao Estado da Palestina, falou sobre o tema “A Palestina e a Conjuntura Política Mundial”. Ele defendeu uma articulação internacional através da diplomacia mundial em defesa do Estado da Palestina e seu reconhecimento pela ONU.

O jornalista Beto Almeida, diretor da Telesur no Brasil, falou SOBRE “A Palestina e a Midia Internacional – Boicote e Manipulação Imperialista e do Sionismo”. Ele disse que “os meios de comunicação deveriam ter ética e priorizar a verdade”. E que em toda guerra, como essa, que o sionismo e o imperialismo movem contra o povo palestino “a primeira vítima é a verdade, que esconde o massacre perpetrado por Israel contra aquele combativo povo”.

Beto Almeida falou sobre o massacre midiático, onde a mídia sionista e pró imperialista manipula a opinião pública apresentando o povo palestino como terrorista, “quando terrorista são exatamente seus oponentes e a própria mídia comprada e financiada por aqueles que querem a guerra”, afirmou.

O embaixador iraniano no Brasil, Mohsen Shaterzadeh, presente do evento, além de manifestar o total apoio da República Islâmica do Irã ao povo e ao Estado da Palestina, lembrou que o Aiatolá Khomeini, líder da Revolução Iraniana, manifestou, antes de morrer, que toda a última sexta feira do Ramadã será dedicada a solidariedade ao povo palestino.

Ele defendeu a união das forças mundiais que lutam pela paz em torno da causa palestina e disse que o Irã sempre defendeu e continuará defendendo essa posição até a instalação de um Estado palestino. Pela solidariedade historicamente manifestada e ser o país considerado que mais apoio dar ao povo palestino, Mohsen Shaterzadeh, proferiu palestra sobre o tema “A Palestina e a Solidariedade Internacional”.

Também foi debatido a “Questão de Jerusalém como a capital das Três Religiões”, com palestras realizadas pelo padre da Igreja Católica, Haroldo Coelho. E sobre a posição da Igreja ortodoxa, a exposição ficou a cargo do religioso João Bosco Barreto. Ambos defenderam Jerusalém como capital do Estado da Palestina.

Outro tema debatido foi a situação da Palestina no Direito Internacional, que foi exposta pelo advogado, historiador e especialista em Relações Internacionais, Acilino Ribeiro, que fez um relato histórico do direito do povo palestino no contexto do Direito Internacional. Ele também defendeu a criação do Estado da Palestina, afirmando que “é uma conquista do povo palestino, por sua histórica luta e não por uma concessão do imperialismo e do sionismo que tentam manipular a opinião pública mundial contra o povo palestino”.

Declaração Final

O Coordenador da Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS) em Brasília, Ismael José, fez uma manifestação de apoio e declarou o apoio dos movimentos populares ao povo palestino. O evento aprovou uma Declaração Final que reivindica a criação do Estado da Palestina, dentre outros pontos como o fim imediato da ocupação militar e colonização de terras árabes, e a derrubada do muro da apartheid, que vem sendo construídas na Cisjordânia desde 2002, dividindo terras, famílias e impedindo os palestinos do direito elementar de ir e vir.

O documento também reivindica o reconhecimento dos direitos dos cidadãos palestinos à soberania e à autodeterminação e a igualdade; o respeito, proteção e promoção do direito de retorno dos refugiados palestinos às suas terras e propriedades, das quais vêm sendo expulsos desde 1948, quando foi criado unilateralmente o Estado de Israel, até os dias atuais.

Ainda na Declaração Final os movimentos sociais e organizações populares presentes decidiram apoiar medidas a serem solicitadas as autoridades brasileiras, como o rompimento unilateralmente com o Tratado de Livre Comércio Israel-Mercosul; retirada imediata do posto das Forças Armadas Brasileiras em Israel e cancelamento de todos os contratos das Forças Armadas com empresas israelenses.

Outras medidas sugeridas ao Itamaraty são de exclusão das empresas israelenses de participar de quaisquer concorrências públicas; veto a instalação de empresas israelenses em território nacional ou mesmo a aquisição de empresas nacionais por capitais israelenses e ainda a exclusão das empresas israelenses de contratos para a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos.

Diversos parlamentares, dentre senadores e deputados manifestaram apoio enviando declarações de solidariedade, como a presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, deputada Manuela D’Ávila, (PCdoB-RS); os deputados Brizola Neto (PDT-RJ), Protógenes Queiroz (PCdoB-SP) ; Cleber Verde (PRB-MA) dentre outros.

O PSB, PDT, PPS, PSOL, PSTU e PCO manifestaram seu apoio a Causa Palestina através de seus representantes presentes ao evento e por manifestações apresentadas em notas em seus sites. O vice-presidente do PSDB no Distrito Federal, deputado Distrital Raimundo Ribeiro, esteve presente ao evento e manifestou seu total apoio e solidariedade ao povo e ao Estado da Palestina.

Fonte: Mídia Sem Fronteiras