MST e Via Campesina intensificam luta e conversam com governo
O governo prometeu analisar até sexta-feira as reivindicações apresentadas nesta terça (23) pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e pela Via Campesina. Os trabalhadores rurais querem solução para as dívidas dos assentamentos e de pequenos agricultores que somam hoje R$ 30 bilhões, segundo cálculos do MST, e o assentamento de cerca de 60 mil famílias hoje acampadas no país.
Publicado 24/08/2011 03:35
As lideranças do movimento anunciaram que a mobilização vai continuar. Os trabalhadores rurais esperam reunir cerca de 15 mil pessoas nesta quarta-feira em uma marcha na Esplanada dos Ministérios. As mobilizações também vão ser mantidas em mais 20 estados de acordo com o coordenador do Movimento de Pequenos Agricultores, Plínio Simas.
“Não estamos nos retirando. Estamos mantendo o movimento, que vem em um crescente, como as conversas com o governo, até sexta-feira. Até lá, as manifestações continuam. O governo precisa responder de forma concreta", disse Simas, após serem recebidos no Palácio do Planalto pelo ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência da República.
Também participaram da reunião o ministro Afonso Florence, do Ministério do Desenvolvimento Agrário, a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, o secretário adjunto de Política Econômica, Gilson Bittencourt e o presidente do Incra, Celso Lacerda. As propostas apresentadas serão levadas hoje à presidente Dilma Rousseff pelo ministro Gilberto Carvalho.
Segundo a assessoria do ministro Gilberto Carvalho, o único ponto da pauta que o governo negou, categoricamente, é o que se refere à construção da Usina de Belo Monte. Os trabalhadores rurais pedem a paralisação das obras, mas o governo não aceita negociar a construção da barragem na região de Volta Grande do Xingu, no Pará.
Segundo o coordenador nacional do MST e da Via Campesina, José Valdir Misnerovicz, o governo deve apresentar uma proposta para aliviar a situação das dívidas dos assentamentos e também de assentar famílias que estão hoje, vivendo em acampamentos.
"Estamos em uma negociação importante, e o governo reconheceu que nossa pauta é justa. Esperamos propostas de recursos para aumentar o número de famílias e o governo deve também apresentar um plano emergencial para resolver a questão da dívida e do crédito. Encerramos essa reunião hoje, mas as conversas serão mantidas até o final da semana com grupos menores", disse Misnerovicz.
Com agências