Amy morreu careta; repente brasileiro homenageia cantora
Nesta terça-feira (24), o porta-voz da família de Amy Winehouse, Chris Goodman, divulgou os resultados do exame toxicológico feito na cantora. Segundo o comunicado, não foram encontrados vestígios de droga no organismo de Amy, apenas álcool em quantidade insuficiente para causar a morte, que permanece inexplicada. Amy, que morreu em 23 de julho, é alvo de inúmeras homenagens. Entre elas está o repente de Edu Krieger: “rock n’roll pra valer foi Noel Rosa que partiu sem chegar aos 27”.
Publicado 24/08/2011 11:40
Além do repente de Edu Krieger, Amy também foi tema de uma série original de obras brasileiras sobre ela, com artistas como William Medeiros, Stegun, Viviane Yamabuchi e Edra, todas reunidas em uma exposição que aconteceu em um shopping de São Paulo.
Ninguém sabe a real causa da morte da cantora. A especulação de que ela teria sofrido uma overdose, depois de se drogar na noite de 23 de julho, parece estar descartada, já que o porta-voz disse que o exame não encontrou substância ilícita. Como o corpo foi cremado, não existe possibilidade de uma nova autópsia: tudo será definido com base no que foi recolhido na casa da cantora e o inquérito que vai apurar o que, de fato, aconteceu só deve sair no final de setembro.
De acordo com o psiquiatra Arthur Guerra de Andrade, do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool, é raro, mas a abstinência pode matar. “Durante a abstinência, a pressão pode aumentar, a pessoa pode ter taquicardia, tremores, ficar ansiosa, suar frio”, diz Andrade. “O grau máximo da abstinência é chamado de delirium tremens, em que o paciente passa a ter crises convulsivas.” O delirium tremens pode ocorrer quando uma pessoa interrompe o consumo de álcool depois de beber por muito tempo. A falta de alimentação também pode agravar a situação.
Morte por abstinência é comum nos EUA
Segundo o Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos, é mais comum em pessoas que tomam entre 4 e 5 doses de vinho ou até oito doses de cerveja por dia durante vários meses. De acordo com Ana Cecília Marques, da Associação Brasileira do Estudo do Álcool e Outras Drogas, em torno de 5% dos pacientes podem desenvolver essa síndrome de abstinência grave.
Entre os sintomas, os pacientes podem sentir medo, sofrer alucinações, convulsões, dores no peito, febre e vômito. Em geral, esses sinais aparecem a partir de 72 horas após a retirada total do álcool do organismo. Estudos sugerem, porém, que eles podem ocorrer entre 7 e 10 dias após a última dose ingerida. Depois desse período, os sintomas pioraram progressivamente.
“Quando essas pessoas param de beber, acontece um ‘caos químico’ no sistema nervoso central. Além de alucinações e convulsões, o paciente também apresenta alterações no sistema cardiovascular e no sistema respiratório”, diz Ana Cecília Marques. “Antes, o cérebro do paciente havia desenvolvido uma tolerância ao álcool. Sem ele, tudo deixa de funcionar como deveria. A pessoa pode morrer por falência.”
Como procurar ajuda
Arthur Guerra de Andrade explica que, em casos de crise de abstinência séria, o paciente deve procurar um serviço de emergência, onde será atendido numa Unidade de Terapia Intensiva que tratará os sintomas com medicamentos anticonvulsivos, calmantes, entre outros. Sem a ajuda de um médico, segundo Ana Cecília Marques, dificilmente o paciente sobrevive.
Para quem deseja parar de beber, os médicos indicam a interrupção total da bebida alcóolica. A decisão, porém, deve ser acompanhada de perto por um especialista, capaz de controlar sintomas de uma possível complicação, como é o caso da síndrome de abstinência grave. O pai de Amy, Mitch Winehouse, disse que sua filha lutava contra o álcool havia anos e, quando morreu, estava completando três semanas sem beber. O resultado do inquérito sobre a morte da cantora britânica deve ser conhecido no dia 26 de outubro.
Da Redação, com agências