Publicado 22/08/2011 10:00 | Editado 04/03/2020 16:31
O medo de enfrentar um fim precoce de suas reservas de petróleo associado ao fato de que o governo americano não aceita ser dependente de outras Nações, foram os fatores determinantes que motivaram as aventuras bélicas dos americanos nos países produtores do ouro negro. O medo de perder a maratona tecnológica para a União Soviética foi o combustível que levou os Estados Unidos a investir bilhões e bilhões de dólares nos programas espaciais com o objetivo egoísta de garantir a propriedade de terrenos na lua.
Cito essas duas ações para mostrar que a autonomia dos povos e o investimento nas reais necessidades do povo americano não são uma prioridade dos seus governantes e também para mostrar onde moram os principais motivos do atual endividamento daquele país.
Escapa a qualquer imaginação fértil qual seja a cifra que representa a manutenção de milhares de soldados espalhados em centenas de nações com a missão de saquear as riquezas estrangeiras na tentativa de consolidar seu império multinacional.
O plenário do Senado Americano ampliou em 2,4 trilhões de dólares o limite de endividamento, m as negou-se a mostrar a radiografia do governo para o resto do mundo. E o Fundo Monetário Internacional (FMI) tenta a todo o momento desviar as atenções do verdadeiro sintoma, pedindo a demissão de funcionários públicos como se isso fosse um remédio apropriado para curar a atual patologia americana.
A crise que alimenta o desequilíbrio internacional, que fabrica milhares de mortos e famintos no Iran, Afeganistão, África, Somália, Brasil e no resto do Planeta, a crise que obriga a crianças, mulheres e homens a sobreviver do lixo que outros produzem, que deforma e inibe a capacidade de sonhar, é uma crise do modelo, da opção pelo individualismo e pelo lucro, é uma crise do capitalismo.
*João Ananias é Médico e Deputado Federal (PCdoB)
Fonte: O Povo