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Estudantes chilenos fazem greve de fome há um mês por educação

Cerca 40 estudantes do ensino médio completaram nesta terça-feira (16) um mês de greve de fome, em meio a uma série de manifestações que ocorrem há meses no país para protestar contra o descaso em relação ao sistema educacional. Em mais um dia de protestos, estudantes cobram do presidente Sebastián Piñera mais investimentos e garantias da adoção de um sistema público de ensino superior.

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Nos protestos que abalaram o governo de Piñera, estudantes e professores exigem "garantias" para aceitar um diálogo com o governo. "Temos pedido aos gritos para que o senhor presidente escute os estudantes chilenos", disse uma das alunas à imprensa local.

O clima de apreensão é observado nas áreas próximas à Universidade de Chile – uma das mais importantes do país e que é privada.

O ministro da Educação do Chile, Felipe Bulnes, disse hoje que as modificações propostas pelo governo no novo Plano de Reforma da Educação incluem várias medidas reivindicadas pelos estudantes e professores. A ideia é reduzir os juros impostos nas mensalidades escolares e ampliar os recursos aplicados em educação.

A líder do movimento estudantil, Camila Vallejo, fez críticas severas ao governo. Para ela, o governo deve fazer com que a educação no Chile deixe de ser tratada como um produto comercializável e passe a ser observada como um direito social e universal.

Dos alunos que estão em greve de fome na região de Buin, periferia de Santiago, três decidiram radicalizar sua postura e anunciaram que também deixarão de consumir líquidos.

"No caso dos três jovens de Buin, a situação é bastante preocupante, pois trata-se de uma greve de fome em um estágio muito sério”, disse o ministro da Saúde, Jaime Máñalich. “Eles já perderam oito quilos e sofreram uma diminuição significativa da massa muscular, apresentando ainda baixa pressão arterial, cólicas intensas e desidratação".

Diálogo

Na segunda-feira, dirigentes estudantis acenaram para a possibilidade de estabelecer um diálogo com o Congresso – algo que haviam descartado no fim de semana – e anunciaram a convocação para uma nova greve nacional nesta quinta-feira.

Os protestos estudantis no Chile têm paralisado há quase três meses grande parte do setor educativo, tanto universitário quanto do ensino médio. Os estudantes exigem educação pública gratuita e de qualidade para todos, com mudanças nas reformas aplicadas durante o governo do ditador Augusto Pinochet (1973-1990), que reduziu a menos da metade o aporte estatal à educação.

Ao longo das últimas nove semanas de mobilização de estudantes e professores – que contaram com o apoio de sindicatos – cinco grandes protestos públicos tomaram as ruas da capital e de outras cidades do país. Em resposta, o governo entregou duas propostas de mudanças no setor, que foram consideradas "insuficientes" pelos estudantes até agora.

Da Redação, com informações de agências