Dilma reúne PT e PMDB para afastar crise política
A presidente Dilma Rousseff reuniu-se na noite de segunda-feira (15), no Palácio do Planalto, com integrantes do PT e do PMDB, os dois principais partidos governistas, como parte da estratégia da presidente de aproximação com a base aliada e para afastar o perigo de que as denúncias de corrupção no governo se transformem em crise política. As recentes denúncias de corrupção em ministérios comandados pelo PR e PMDB causaram desconforto entre o governo e os partidos e, até mesmo, com o PT.
Publicado 16/08/2011 04:41
De acordo com a assessoria de imprensa do Planalto, a presidente pretende fazer esses encontros com os demais partidos aliados. A atitude da presidente foi tomada em meio a rumores de insatisfação na base e denúncias de corrupção em ministérios comandados pelos partidos aliados. Muitos aliados reclamam da demora na liberação de verbas parlamentares.
Do PMDB, participaram o presidente da legenda, Valdir Raupp (RO); o líder do partido no Senado, Renan Calheiros (AL); o líder do governo no Senado, Romero Jucá (RR); o líder do governo no Congresso, Mendes Ribeiro (RS), além do líder do partido na Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves.
Do lado petista, estiveram presentes o líder do governo no Senado, Humberto Costa (PE); o líder na Câmara, Cândido Vaccarezza (SP), e o líder da bancada Paulo Teixeira (SP).
Também compareceram o vice-presidente da República, Michel Temer, e a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti.
Após reunião, os líderes do governo no Senado e na Câmara, respectivamente Romero Jucá (PMDB-RR) e Cândido Vaccarezza (PT-SP), disseram que a presidente os chamou para discutir políticas de governo e que o assunto sobre um cronograma de liberação de verbas de emendas parlamentares não foi tema das conversas. “Esta palavra [emendas] não fez parte da discussão”, disse Vaccarezza.
“Ela discutiu os principais projetos do governo e, ainda, as votações que o governo considera prioritárias no Congresso neste segundo semestre, que são o projeto que trata de mudanças no Supersimples e o que cria o Pronatec [Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego]”, completou. Vaccarezza, porém, ressaltou que a proposta de liberar R$ 1 bilhão em emendas parlamentares ainda permanece. “A liberação de R$ 1 bilhão se mantém desde a semana passada”, declarou.
Já para Jucá, a conversa sobre liberação de recursos só está sendo tratada exclusivamente com a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, que, segundo ele, “ainda não fechou um levantamento das propostas que serão contempladas”. De acordo com o líder, “o governo vai fazer a liberação de recursos a partir do momento que ele tiver conforto no Orçamento”, acrescentou.
Jucá disse que comentou com a presidente sua participação na série de discursos de desagravo feitos na segunda-feira (15), no Senado. De acordo com o peemedebista, as investigações das denúncias de corrupção não atrapalharão as relações com o governo. "Todos os senadores são a favor do combate à corrupção, não há panos quentes”. Ele também fez um apelo ao PR para que o partido continue atuando em conjunto com a base.
Com Agência Brasil