Brasil e Guiana discutem ampliação da cooperação bilateral
O presidente da Guiana, Bharrat Jagdeo, fez um apelo nessa quinta-feira (11) para que a presidente Dilma Rousseff intensifique as parcerias no país, assegurando a ampliação do abastecimento de energia elétrica, a construção da principal estrada da região e o comércio bilateral. Na conversa com o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, Jagdeo disse que o apoio brasileiro é fundamental para o desenvolvimento da Guiana, segundo informações de assessores.
Publicado 12/08/2011 08:34
Patriota completou ontem sua 37ª viagem em pouco mais de sete meses no governo, dando prioridade aos países das Américas do Sul e Central. Foi a primeira visita de um chanceler brasileiro à Guiana. Com isso, o ministro ratifica a decisão de Dilma de dar prioridade aos países vizinhos e intensificar as relações em busca de parcerias e da chamada unidade regional.
Além do presidente, Patriota se reuniu com a ministra dos Negócios Estrangeiros, Carolyn Rodrigues-Birkett. Eles definiram o início dos estudos que levarão à construção de duas hidrelétricas na Guiana, com a participação de empresas e especialistas brasileiros.
Patriota, Jagdeo e Rodrigues-Birkett também acertaram que serão feitas análises para dar início ao asfaltamento de 420 quilômetros de estrada que corta o país e chega à região fronteiriça com o Brasil – no estado de Roraima.
Durante as reuniões, Patriota e Jagdeo definiram ainda que o Brasil e a Guiana manterão acordo de cooperação nas áreas de educação física e esportes. A ideia é trocar experiências, estimulando a execução de projetos comuns para o intercâmbio no treinamento de atletas, além de estimular a criação de centros de treinamento olímpico e instituições esportivas.
Desde 2009, as relações entre o Brasil e a Guiana aumentaram em decorrência da inauguração da ponte sobre o Rio Tacutu – primeira ligação rodoviária direta entre os dois países. O comércio bilateral atingiu US$ 28,36 milhões em 2010, aumentando 45,6% em relação a 2009. O Brasil foi o 11º maior fornecedor da Guiana, exportando US$ 28,3 milhões para o país em 2010, um crescimento de 53,1% em relação a 2009.
Independência recente
Independente da Grã-Bretanha há apenas 45 anos, a Guiana busca consolidar-se política, econômica e socialmente. Depois de 12 anos sob o comando do presidente Bharrat Jagdeo, o país terá em novembro eleições presidenciais. O país pertence à União de Nações Sul-Americanas (Unasul) e estrategicamente está localizado em área que funciona como região de integração pois está cercado pelo Brasil, pela Venezuela e pelo Suriname.
O país se sustenta na mineração, na produção de cana-de-açúcar, arroz, legumes e na criação de gado. Nos últimos anos, o governo tem tentado ampliar a base econômica e melhorar o sistema social. A Guiana ocupa o 104º lugar no ranking mundial do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), sendo considerada de desenvolvimento médio.
A Guiana vive alguns paradoxos, como o fato de 99% dos cerca de 751,2 mil habitantes serem alfabetizados. Apesar desse percentual elevado, a mortalidade infantil – 42 crianças para cada grupo de mil nascidas – é alta. A expectativa de vida – média de 66 anos – é considerada baixa.
As melhorias na infraestrutura básica e nos sistemas sociais são os desafios do próximo governo.
As eleições ocorrerão em novembro, em data a ser definida. O candidato governista Donald Ramotar, do Partido Progressista Popular, enfrentará o oposicionista David Granger, do Congresso Nacional Popular.
Agência Brasil