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Revoltada, base participa da obstrução aos trabalhos na Câmara

Os partidos aliados e de oposição, à exceção do PSOL, entraram em obstrução no plenário da Câmara, na manhã desta quinta-feira (11), e impediram a votação do projeto do tratado de extradição entre o Brasil e a China. A sessão teve que ser encerrada. O líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), que ontem anunciou que hoje haveria votação na Casa, tentou minimizar a crise entre o governo e a base e a obstrução promovida pelos aliados nas votações da Câmara esta semana.

O movimento de rebelião foi encabeçada pelo PR, que está insatisfeito com o tratamento da presidente Dilma Rousseff às denúncias contra o Ministério dos Transportes, comandado pela legenda, e foi seguida pelos demais partidos da base. O PR junto com o PMDB, PP, PTB e PST criaram um bloco informal, com cerca de 200 deputados, para barrar todas as votações na Casa até terça-feira (16), quando haverá a reunião dos aliados com a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti.

Vaccarezza apontou alguns fatores que levaram a esse movimento dos aliados. Resistência pela não liberação de emendas, desconforto por achar que o governo não valoriza a Câmara e irritação com a forma de atuação da Polícia Federal, que resultou na prisão de mais de 30 pessoas envolvidas em denúncias de fraudes no Ministério do Turismo.

Ele garantiu que na próxima terça-feira, haverá votação da Medida Provisória que atribui à Agência Nacional do Petróleo (ANP) a fiscalização e regulamentação do setor produtivo de etanol, marcada para ontem.

“Essa conjunção de fatores já se diluiu", disse Vaccarezza. Mas admitiu que não houve nenhuma ação objetiva que o governo tenha tomado para desfazer esse estresse. Ele admite que "esse clima pode se repetir a qualquer momento e, quando acontecer, vamos avaliar", continuou.

Segundo ele, o governo apresentará no momento oportuno o calendário de liberação de emendas. Ele afirmou que as emendas que forem compatíveis com os programas que o governo vem executando estão sendo liberadas.

A rebelião da base não impediu que o líder fizesse elogios aos partidos aliados, afirmando que nunca um presidente, nem mesmo Lula, teve uma situação de tanta tranquilidade com a base como a presidente Dilma Rousseff. "Não teve nenhum presidente da República com a base tão leal como a da presidente”. Para ele, a suspensão nas votações não altera essa situação.

De Brasília
Com agências