Professores em greve realizam atividades em Fortaleza
Os professores da rede estadual de ensino realizaram atividades em Fortaleza ao longo desta segunda-feira. O objetivo das manifestações é chamar a atenção da sociedade para a luta dos educadores e informar pais e alunos sobre as reais reivindicações da categoria.
Publicado 09/08/2011 10:30 | Editado 04/03/2020 16:31
Em greve em greve desde a última sexta-feira (05), os professores começaram a segunda-feira (08), com uma atividade de mobilização no centro de Fortaleza. A praça do Ferreira foi o local da manifestação. Ao longo do dia foram realizados debates, “aula pública”, e exposição da pesquisa salarial dos professores em todo o Brasil. O sindicato da categoria pretende mostrar que a proposta do governo é prejudicial para a carreira do professor. O objetivo dos professores com o aulão é dialogar com a população e captar assinaturas para um abaixo-assinado, na intenção de conseguir abertura do processo de negociação com o Governo.
Protesto no aeroporto
Já na madrugada desta terça-feira (09), a manifestação aconteceu no saguão do Aeroporto Internacional Pinto Martins, para protestar contra o governador Cid Gomes. Cerca de 50 professores distribuíram uma Carta Aberta para as pessoas que passavam pelo aeroporto, inclusive turistas que estavam indo embora da cidade, e parlamentares tenham conhecimento da greve. Todos vestiram camisas de cor preta expondo frases alusivas ao esvaziamento da carreira no Ceará.
Os professores grevistas fizeram um verdadeiro corredor na área de acesso ao Setor de Embarques e distribuiram carta expondo sua situação. Foram abordados passageiros, mas principalmente parlamentares federais. O primeiro foi o deputado federal Eudes Xavier, que se solidarizou com a categoria.
Chico Lopes (PCdoB) avisou logo que era também professor e, como tal, jamais poderia ser contra a luta dos docentes. O senador Inácio Arruda (PCdoB), em princípio, indagou para o grupo: “Hoje não tem aula?” Recebeu apelo do presidente do Sindicato Apeoc que, em toda greve, o fundamental é a negociação e o diálogo. O deputado federal e presidente nacional interino do PDT, André Figueiredo, também conversou com os professores.
O deputado federal e também professor Artur Bruno (PT) solidarizou-se coma categoria e informou que ocupará a tribuna da Câmara para ler a Carta Aberta divulgada pela categoria. Ainda se solidarizaram com a categoria os deputados federais José Arnon (PTB) e Gorete Pereira (PR) que, em princípio, chegou a se assustar com o movimento em pleno saguão do aeroporto. Já o deputado federal Raimundo Gomes de Matos (PSDB) avaliou que a situação dos docentes é resultado de um cenário nacional de um governo petista envolvido em muito desvio de recursos e que não prioriza a educação.
A greve, que entra hoje no seu terceiro dia, atinge todos os 184 municípios cearenses. A decisão foi efetivada após o cancelamento de uma reunião entre representantes do Sindicato dos Professores do Ceará (Apeoc), a secretária da Educação, Izolda Cela, e representantes das secretarias da Fazenda e do Planejamento e Gestão, que deveria ter ocorrido na quarta-feira (03) para discutir o salário dos educadores.
A categoria reivindica a implantação do piso salarial nacional, que é de R$ 1.597,00. Além disso, os professores lutam contra o projeto do Governo do Estado, que foi enviado para a Assembleia Legislativa.
Segundo o sindicato, no projeto de lei, 80% dos professores seriam excluídos do reajuste. De acordo com o presidente da Apeoc, Anízio Melo, o texto extingue até o recebimento de gratificações, por meio de regência de classe, especialização, mestrado e doutorado.
De Fortaleza,
Carolina Campos