Investigação conclui que Arafat morreu envenenado
Uma comissão de investigação do movimento palestino al-Fatah acusa, em relatório, Mohamed Dahlan, ex-homem forte em gaza, de ter ajudado a assassinar, com veneno, o líder histórico palestino Iasser Arafat.
Publicado 09/08/2011 16:39
O documento, de 118 páginas, usado como referência por vários meios de comunicação como a agência palestina Maan e o diário israelense The Jerusalem Post, também vincula Dahlan supostas tentativas de assassinatos de outros líderes palestinos e a um suposto plano golpista na Cisjordânia.
Conforme o relatório, o outrora importante líder palestino participou no envio de um medicamento envenenado ao Arafat pouco antes de sua morte, em um hospital francês, no ano de 2004 e por causas ainda desconhecidas.
Numerosas especulações
A morte do dirigente palestino segue envolta em uma nuvem de mistério, com teorias que vão desde o envenenamento por Israel (alimenter, por contato físico ou inclusive por meio dos ouvidos), a mais difundida nas ruas palestinas, até aids, passando por uma cirrose não vinculada ao álcool.
O hospital militar de Percy, próximo de Paris, onde Arafat faleceu depois de três semanas de internação, não contribuiu para dar um fim às especulações ao não determinar um motivo para a morte nas 588 páginas de relatórios médicos entregues à família após a morte de Arafat.
A comissão de investigação da al-Fatah assegura que, quando Arafat etava hospitalizado, Dahlna pediu a um dos comandantes da segurança palestina que queimasse os frascos de medicamento que o líder palestino consumia.
Regresso a Ramalá
O relatório também acusa Dahlan de ter comprado armas a palestinos com cidadania israelense, instalado aparatos de espionagem em centros governamentais e das forças de segurança e conspirado para cooptar funcionários e policiais para seu lado. Dahlan, nascido no seio de uma família pobre de Gaza, também foi interrogado sobre a origem de sua fortuna e contas bancárias em seu nome na Suíça.
A comissão inclui entre seus autores importantes personalidades da al-Fatah, como Azam al-Ahmad, Atayib Abdul Rahim, Othman Abu Garbiya e Nabil Shaaz. Repudiado agora por seu partido, o político palestinoa já era odiado pelo Hamas por ter perseguido, encarcerado e torturado muitos dos militantes do Movimento de Resistência Islâmica quando dirigia a segurança preventiva da Autoridade Nacional Palestina (ANP), nos anos 90.
Dahlan, que mora no Egito, voltou a Ramalá em 28 de julho para tentar revogar sua expulsão do orgão de direção da al-Fatah, decidida há mais de um mês, por "corrupção" e "subversão" contra Mahmud Abbas.
Dezenas de membros das forças de segurança palestinas entraram então em sua residência em Ramalá, registrando na ocasião a detenção de 12 membros de sua guarda pessoal, de armas e de dois veículos blindados.
Fonte: Cubadebate