Ceará

Greve dos Professores: Cid Gomes recua e não envia mensagem à AL

Devido à forte reação dos educadores e da sociedade cearense ao anúncio da proposta do Governo do Estado que retira conquistas históricas dos profissionais da educação do Estado, o Governador Cid Gomes (PSB) recua e informa publicamente que não mais enviará à Assembleia a mensagem que destrói o Plano de Carreira do Magistério.

Publicado 09/08/2011 23:55 | Editado 04/03/2020 16:31

A mobilização dirigida pelo Sindicato Apeoc em Fortaleza e no interior do Estado levou o chefe do executivo cearense a rever a proposta que foi muito mal recebida pela categoria. O sentimento de defesa da educação pública extrapolou a comunidade escolar e contagiou grande parte da sociedade cearense. Diversas cidades dos 184 municípios do Ceará estão realizando assembleias e desenvolvendo diversas atividades visando esclarecer cada vez mais a população dos motivos da paralisação.

Opinião do Governador

Para Cid Gomes, a greve dos professores é uma “postura extrema”. “Ao meu juízo (greve) é justificável quando não há diálogo, quando não há entendimento. Não tem sido essa a postura do Governo do Estado”, defendeu.

O governador anunciou, porém, que só encaminharia a mensagem que traz o novo plano de carreira da categoria à Assembleia Legislativa se houvesse “entendimento”. No último dia 28 de julho, no entanto, Cid havia dito que encaminharia a mensagem ainda na semana passada, quando voltaram as atividades legislativas, atitude que acabou gerando indignação nos professores. A matéria trataria, dentre outras questões, do reajuste salarial para os professores de início de carreira, que atualmente recebem R$ 1.500 e passariam a ganhar aproximadamente R$ 2 mil mensais. Representantes do Governo garantem que as negociações só serão retomadas com o fim da greve.

Itapajé

Pela primeira vez na história de Itapajé, município situado a 124 km de Fortaleza, os professores da rede estadual aderiram a um movimento de greve dos educadores da rede. O movimento iniciou na última segunda-feira (08/08) com uma caminhada pelas principais ruas da cidade. Cerca de 300 pessoas entre professores, alunos e pais participaram da manifestação. Com carros de som, faixas e cartazes, professores e apoiadores pediam uma educação de qualidade e a valorização do Magistério.

Logo após o ato, os professores que aderiram à greve receberam representantes do Sindicato Apeoc onde estiveram reunidos numa assembleia geral para, em seguida, participarem de programas locais de rádio para esclarecerem os principais motivos da greve.

Segundo o comando de greve local, varias ações serão desenvolvidas como panfletagem pelas ruas da cidade e nas escolas que ainda não aderiram ao movimento, aulões públicos para esclarecimento dos motivos da greve aos pais e comunidade escolar, e um grande ato no dia do estudante com DJs, atrações locais e a distribuição de vários brindes para os alunos contando, também, com a participação de educadores de municípios vizinhos como Irauçuba e Uruburetama.

De Fortaleza,
Carolina Campos (com informações do Sindicato Apeoc)