Apesar do aumento de 68% na renda, mulheres ainda ganham menos

A massa de renda das brasileiras subiu em velocidade maior do que a dos homens entre 2002 e 2011.

mulheres precarização
A massa de renda das mulheres brasileiras subiu em velocidade maior do que a dos homens entre 2002 e 2011. A alta para elas foi de 68,2%, enquanto o rendimento deles ficou 43,1% maior no mesmo período.

Os dados são de levantamento do Data Popular, que será divulgado nesta terça-feira durante o seminário "Tempo de Mulher", em São Paulo.

O estudo, que considera dados da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) do IBGE, mostra ainda que a massa de renda das mulheres passou de R$ 412,4 bilhões, em 2002, para R$ 693,5 bilhões neste ano.

"A mulher está estudando mais do que os homens, o que faz com que tenha um maior reconhecimento. Além disso, têm sido cada vez mais avaliada como uma profissional mais responsável e competente, o que também contribui para a sua valorização", afirma Renato Meirelles, sócio-diretor do Data Popular.

Apesar de ter crescido mais, a renda das mulheres ainda é inferior à dos homens. Em São Paulo, eles ganharam R$ 8,94 por hora em 2010, enquanto elas faturaram R$ 6,72.

Em outras capitais do país o mesmo ocorre. Em Salvador, por exemplo, a dos homens ficou em R$ 6,50 e das mulheres em R$ 5,54. Os dados são do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio-Econômicos).

A pesquisa do Data Popular mostra ainda que na divisão por classe social, 47,1% da renda das mulheres vem de trabalhadoras da classe C (ganho domiciliar médio de R$ 2.295), seguidas pela classe A (média de R$ 14.203), com 22,2%. Outras 20,7% integram a classe B (R$ 6.070) e 9,6% são da D (R$ 940). Por último, apenas 0,5% são da classe E (R$ 273).

SATISFAÇÃO

O estudo mostra ainda que as empresárias são as mais realizadas profissionalmente. Questionadas se sentiam satisfeitas no trabalho, 65% responderam que sim.

O percentual é menor entre as autônomas (50%), profissionais liberais (48%) e funcionárias públicas (48%). As trabalhadoras empregadas apresentaram o menor grau de satisfação, apenas 37%.

"Sem a possibilidade de flexibilizar o próprio tempo, para dividir horas de trabalho com momentos de lazer e com a família, as mulheres empregadas se tornam menos realizadas em relação àquelas que possuem maior independência, como as profissionais autônomas e às que administram seu negócio", detalha o instituto.

Fonte: Folha