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Senado haitiano rejeita candidatura de Bernard Gousse como premiê

O Senado do Haiti rejeitou nesta terça-feira (2), em uma conturbada sessão, a designação do ex-ministro da Justiça Bernard Gousse como primeiro-ministro. A candidatura de Gousse foi rejeitada por 16 dos 30 membros do plenário, cujo presidente, Rudolph Joazile, deu por concluída a reunião antes que os demais 14 senadores votassem.

Os legisladores, que no mês passado rejeitaram a designação, também feita pelo presidente Michel Martelly, do empresário e economista Daniel Rouzier, protagonizaram nesta terça-feira um controverso debate depois de ter sido apresentado o relatório da comissão que estudou os documentos de Gousse.

A comissão reconheceu que os documentos apresentados pelo candidato eram corretos, mas expressou reservas sobre a declaração de desencargo que este recebeu após sua saída do Ministério da Justiça durante o governo de transição de 2004.

O relatório não recomendou votar nem a favor nem contra a ratificação de Gousse, e deixou a decisão "de maneira soberana" a cargo da Assembleia, dominada pela plataforma opositora Inite.

O líder do grupo dos 16 senadores que rejeitaram a candidatura de Gousse, o senador Joseph Lambert, indicou que Martelly terá que designar outro primeiro-ministro em consulta com os presidentes das duas Câmaras.

Este grupo de senadores assegurou que durante a experiência do jurista como ministro da Justiça (2004-2006) houve várias violações de direitos humanos e que Gousse participou de operações de detenções ilegais de partidários do ex-presidente Jean Bertrand Aristide.

Horas antes da sessão dos senadores, a Presidência do Haiti anunciou que um grupo de 58 deputados formou uma maioria de apoio ao presidente do país, que até agora só tinha dois deputados na Câmara escolhidos por seu partido.

O escritório de comunicação da Presidência divulgou uma declaração de deputados que se comprometeram a apoiar a "política impulsionada pelo presidente, tendo como objetivo o desenvolvimento econômico, social e cultural" do Haiti. A declaração acrescenta que os deputados apoiam a ratificação de Gousse.

A Constituição haitiana estabelece que, se o presidente do país não dispuser de maioria no Parlamento, deverá designar o primeiro-ministro em consulta com os presidentes das duas Câmaras.

Fonte: Efe