Massacre na Noruega é ataque contra democracia, diz premiê
Os ataques realizados há exatamente uma semana na Noruega são contra a democracia, afirmou nesta sexta-feira (29) o primeiro-ministro Jens Stoltenberg, falando em uma cerimônia com militantes do Partido Trabalhista, alvo dos atentados de Behrin Breivik.
Publicado 29/07/2011 10:09
"As balas atingiram nossos jovens, mas alcançaram a nação inteira", afirmou Stoltenmberg, ao evocar as vítimas, a maioria militantes da juventude trabalhista reunidos em um acampamento de verão na ilha de Utoya.
"Um ataque contra o compromisso político é um ataque contra nossa democracia", acrescentou. As primeiras 76 vítimas dos ataques de 22 de julho estão sendo sepultadas nesta sexta-feira.
Bano Rashid, uma jovem de 18 anos e de origem curdo-iraquiana morta no tiroteio na ilha de Utoya, será enterrada em Nesodden, nos arredores da capital Oslo. De acordo com a agência NTB, o ministro de Relações Exteriores da Noruega, Jonas Gahr Stoere, irá acompanhar o funeral.
A jovem era membro ativo da juventude trabalhista e tinha o hábito de escrever artigos nos quais criticava o racismo e a discriminação, informou a agência. A irmã caçula de Bano, que também estava na ilha, sobreviveu ao ataque.
"A resposta não deve ser ódio, mas sim amor", disse, entre lágrimas, Beyan Rashid, mãe das meninas, à imprensa local. O canal de televisão TV2 divulgou que nesta sexta também será sepultado Ismail Haji Ahmed, um jovem de 19 anos morto na ilha.
Todas as bandeiras da Noruega estão içadas a meio mastro em memória das 76 vítimas do massacre no país. Enquanto isso, Breivik foi levado para a sede da polícia de Oslo para um segundo interrogatório.
O norueguês de 32 anos, que disse estar em guerra contra o islamismo na Europa, será interrogado sobre as "muitas informações recebidas nos últimos dias", afirmou na quinta-feira durante uma coletiva de imprensa Paal-Fredrik Hjort, um dos responsáveis pelas investigações.
Um comboio de veículos blindados da polícia acompanhou Breivik do cárcere de um presídio de alta segurança até a sede da polícia, informou um correspondente.
No último sábado, durante a primeira audiência do caso, Breivik confessou ser o autor do tiroteio que deixou 68 mortos em um acampamento de jovens do Partido Trabalhista na ilha de Utoya e também da explosão de um carro-bomba que fez oito vítimas na sede do Governo norueguês, na capital Oslo.
Breivik confessou os crimes, mas recusa a declarar-se culpado, uma vez que considera seus atos "cruéis, porém necessários", de acordo com seu advogado. Na segunda-feira ele foi preso provisoriamente por um período renovável de oito semanas.
Fonte: AFP