Sem categoria

Associação de países asiáticos realiza conferência no Vietnã

A Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean) iniciou na última segunda-feira (25) uma nova etapa em seus planos comunitários e decidirá se passa verdadeiramente do discurso à ação.

A recém concluída cúpula de chanceleres do bloco deixou mais do mesmo: os compromissos declamados em Hanói no passado ano repetiram-se no leste em Bali, e a estabilidade é uma incógnita.

A Asean, integrada por Vietnã, Myanmar, Tailândia, Laos, Cambodja, Indonésia, Malásia, Brunei, Filipinas e Cingapura, aspira a ser uma comunidade econômica, cultural e defensiva antes de 2015.

Mas os problemas fronteiriços têm dificultado este processo, tanto o contencioso entre a Tailândia e oCambodja pelo gerenciamento do templo Preah Viehar, como os reclamos sobre os arquipélagos Spratly e Paracels.

Com respeito às polêmicas ilhas, a Asean e a China puseram-se de acordo para redigir um código de conduta que regule a atividade no Mar Oriental, pomo da discórdia entre ambas partes.

Com essa promessa realizou-se o Foro Regional da Asean, onde a China fez uma advertência à secretária norte-americana de Estado, Hillary Clinton, para se manter à margem da disputa, pois esta indevidamente expressou opiniões a respeito.

A chefe da diplomacia estadunidense reiterou que Washington se preocupa com a instabilidade no também chamado Mar Meridional Chinês, pois isso afetaria seus interesses comerciais na região.

Mesmo assim, o encontro deixou um hálito de otimismo entre os políticos assistentes, como o coordenador da Asean nas discussões sobre o Mar Oriental, o diplomata vietnamita Pham Quang Vinh.

Segundo Vinh, o acordo conseguido constitui um primeiro passo no diálogo multilateral, depois de quase uma década de negociações estancadas e em vários meses de crescentes tensões e ares bélicos na região.

"O objetivo da Asean é criar um instrumento que garanta a existência de um ambiente pacífico e estável, que permita solucionar os pleitos e cumprir as estipulações marítimas internacionais", defendeu.

Outros problemas de segurança não tradicional, como o contrabando de pessoas e a resposta aos desastres naturais e a mudança climática, também deixaram Bali entre votos de ação e cooperação.

Por último, a Asean contribuiu para destravar o diálogo de seis partes sobre a desnuclearização da Península Coreana, e de Pyongyang chegaram sinais positivas com respeito à volta à mesa de negociações.

De fato, o primeiro vice-chanceler norte-coreano, Kim Kye Gwan, aceitou um convite de Hillary Clinton para visitar os Estados Unidos nesta semana para debater a posição de seu país a respeito.

O panorama é alentador, mas esse reflexo é tão recorrente que a cada vez há mais céticos no Sudeste Asiático, onde se esperam menos fotos e discursos, e mais feitos.

Prensa Latina