Leia a Revista do 4º Encontro Sindical Nacional do PCdoB
A Secretaria Sindical do Partido Comunista do Brasil acaba de publicar a Revista do 4º Encontro Sindical Nacional do PCdoB. Segundo o presidente nacional do partido, Renato Rabelo, a publicação “contribuirá em muito para avançar a consciência transformadora do movimento sindical e dos trabalhadores no Brasil”. Clique aqui para ler a íntegra da revista.
Publicado 24/07/2011 12:40
“Este 4º Encontro que realizamos em Salvador, entre 20 e 22 de maio de 2011, cuja revista ora publicamos, ocorreu com imenso êxito e contou com a presença de 256 camaradas de 23 estados brasileiros”, registra o texto introdutório, assinado pelo secretário sindical do PCdoB, João Batista Lemos, e pelo secretário adjunto, Nivaldo Santana. “Quase 90% dos presentes eram sindicalistas e em sua maioria dirigentes de entidades sindicais (de todos os níveis), bem como dirigentes partidários.”
Confira abaixo o texto de apresentação da revista.
A iniciativa de publicação dos debates e conclusões do 4º Encontro Sindical Nacional, realizado em Salvador neste primeiro semestre de 2011, contribuirá em muito para avançar a consciência transformadora do movimento sindical e dos trabalhadores no Brasil. Participei como presidente nacional do PCdoB deste importante encontro que considero um marco fundamental no processo de construção da corrente avançada, classista e socialista, entre os trabalhadores e trabalhadoras do Brasil.
E para que isso seja possível, conclamei os trabalhadores – em minha intervenção naquele evento – a defenderem as reformas necessárias para que o Brasil se torne um país mais justo, com mais oportunidades. Neste sentido, dei ênfase à defesa de um novo Projeto Nacional de Desenvolvimento para o nosso país e à necessidade de persistir na democratização crescente da sociedade brasileira.
Democratizar a sociedade é universalizar a educação e a saúde de qualidade e fazer com que todos tenham moradia. Estas são questões básicas e estruturantes. Ao ressaltar a importância da participação dos trabalhadores neste processo de transformação do país, entretanto, o PCdoB defende a união em torno de bandeiras unitárias. Os trabalhadores são a força-motriz do aprofundamento das mudanças no país, rumo ao socialismo.
Como se pode ver neste livreto, várias lideranças sindicais, parlamentares e dirigentes do partido de diversas partes do país participaram do evento e ressaltaram a relevância de se debater a atuação do PCdoB no movimento sindical, que sempre foi um dos principais pilares do Partido. O encontro reuniu lideranças sindicais de todos os estados para debater e atualizar a política sindical do Partido.
Em minha participação na plenária, fiz uma análise sobre a situação política do país após os dois governos do ex-presidente Lula e reafirmei a importância de dar sustentação para o sucesso do atual governo da presidente Dilma Rousseff, para garantir os avanços conquistados a partir do ciclo político inaugurado por Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003 até o momento. Lembrei, no entanto, ser preciso também avançar ainda mais e garantir um crescimento mais acelerado do país.
É preciso considerar ainda que para vencer o desafio do desenvolvimento nacional é urgente um desenvolvimento mais forte e acelerado. Ou seja, nós não podemos resolver os grandes problemas nacionais, sociais, os grandes problemas do nosso país com um desenvolvimento medíocre – com o desenvolvimento contido. Temos de perseguir um crescimento da ordem de pelo menos 5% do Produto Interno Bruto (PIB) anual, para 6%, 7%. Este não é um objetivo qualquer. Esta é uma condição para que possamos enfrentar nossos grandes problemas.
Citei como exemplo a República Popular da China, que se transformou em uma grande potência econômica mundial praticamente em 30 anos, isto crescendo a uma média de 10% ao ano. Vejam como crescer acelerado é fundamental para nossos objetivos de desenvolvimento nacional. E, para isso, é preciso investimentos muito maiores.
Nossas taxas de investimentos ainda são muito pequenas, quase raquíticas. Estamos ainda em uma faixa de investimentos da ordem de 20%. Defendemos que a taxa seja de pelo menos 25% a 27% do PIB, para que possamos sustentar uma ordem de crescimento de 6% a 7% ao ano. São desafios muito importantes e que alimentam toda esta discussão sobre a política econômica atual, a política macroeconômica, a industrialização do país etc. São discussões importantes das quais temos participado. Buscamos dar a nossa contribuição.
O governo tem procurado ver como levar em conta a realidade atual, redirecionando a política macroeconômica. É uma questão que está em debate, para a qual o governo ainda busca uma saída para atender ao duplo objetivo de conseguir um desenvolvimento forte, acelerado e manter a estabilidade dos preços, contendo qualquer tentativa inflacionária. Este duplo objetivo é que é fundamental. Ao manter os preços estáveis e conter a inflação a todo custo simplesmente aumentando juros, o desenvolvimento empaca. Foi o que aconteceu em nosso país durante décadas.
O Brasil passa hoje por transformações importantes. Não são aquelas transformações – ainda que poderíamos considerá-las de fundo – defendidas pelos comunistas. Mas é um passo importante, porque nos dois mandatos do governo Lula foi possível tirar milhões de brasileiros da pobreza e propiciar o crescimento a setores médios da sociedade.
Grandes desafios ainda estão pela frente. A encruzilhada do desenvolvimento está para ser definitivamente desbravada e o movimento dos trabalhadores é um vetor fundamental para o avanço social, político e econômico do país.