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Após 62 dias de reivindicações, professores de SC encerram greve

Os professores da rede estadual de Santa Catarina decidiram, no início da noite desta segunda-feira (18), pôr fim a uma greve que já durava mais de dois meses. Em assembleia estadual realizada em Florianópolis, a classe optou por voltar às salas de aula após 62 dias de paralisação. Mesmo assim, ressalvaram, o estado de greve continua.

Na última semana, o governo catarinense aprovou um projeto na Assembleia Legislativa estipulando os vencimentos da classe para o próximo ano. O texto determinou que o magistério passasse a receber salários superiores ao piso nacional da categoria, mas, ao mesmo tempo, reduziu os porcentuais de uma série de benefícios da carreira, como a regência de classe e o quinquênio.

Nesta segunda, cerca de dois mil professores, segundo a Polícia Militar, reuniram-se na região central de Florianópolis. A classe optou, quase que por unanimidade, em voltar às salas de aula. Mesmo assim, muitos manifestantes ostentaram faixas e cartazes pedindo a prisão e o impeachment do atual governador, Raimundo Colombo (PSD).

Um dos principais motivos pela desistência da greve foi a decisão da Justiça em autorizar o governo do estado a descontar os dias parados dos professores. "Vamos retornar às aulas, mas sem desistir do movimento", disse a coornadora do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado (Sinte), Alvete Bedin. "A luta continuará e estaremos atentos aos passos do governo."

A assembleia definiu que os professores devem retornar ao trabalho nesta terça-feira (19). Apesar do retorno, os 700 mil alunos matriculados na rede estadual ainda correm o risco de ver o ano letivo comprometido: segundo a Secretaria de Educação de Santa Catarina, a reposição de aulas deve durar até o dia 30 de dezembro.

Também foi decidido no evento que uma comissão vai acompanhar o andamento da proposta aprovada pelo governo na última semana na Assembleia. Durante a sessão, houve tentativa de invasão do plenário, e a tropa de choque da Polícia Militar precisou cercar o prédio para evitar que os deputados estaduais fossem agredidos pelos professores.

Fonte: Terra Magazine