Rio: 60% dos professores permanecem em greve
A greve dos professores do Estado do Rio completa 37 dias nesta quarta (13) com adesão de 60% da categoria, de acordo com o diretor do Sepe Central (Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação), Adriano Santos.
Publicado 13/07/2011 16:27
Adriano Santos diz que os professores não reivindicam apenas reajuste de salário, mas também melhores condições de trabalho, já que grande parte das escolas não conta com aparelhos e equipamentos adequados para que eles possam desenvolver efetivamente suas disciplinas.
"O governo insiste em dizer que já atendeu a 70% de nossas reivindicações e que estuda um programa de recuperação salarial. Nós já verificamos o orçamento na Alerj (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro) e sabemos que o governo tem condições financeiras de atender aos nossos pedidos. Até porque não sao pedidos absurdos", revela.
Aproximadamente 60 líderes grevistas ficaram acampados diante do prédio onde fica a sede da Secretaria Estadual de Educação, na rua da Ajuda, no centro do Rio de Janeiro. Nesta manhã, a entrada principal do prédio estava fechada. A tentativa de invasão dos manifestantes (bem sucedida para quase 50 pessoas) estilhaçou a porta de vidro. Os funcionários do prédio estão entrando por outro acesso.
De acordo com o diretor do Sepe, o acampamento permanecerá montado até a quinta-feira (14), quando os líderes do movimento se reunirão com os secretários de Educação, Planejamento e de Governo. Os professores também organizam uma aula ao ar livre.
Durante a tarde de terça-feira (12), Risolia e um grupo de professores e sindicalistas se reuniram por cerca de três horas na sede da secretaria, após a ocupação do prédio, mas nenhum acordo foi fechado.
Os professores e profissionais do Estado estão em greve há mais de 30 dias. Para o deputado estadual Marcelo Freixo (Psol), a situação é grave, já que o governo não ofereceu nada relevante para os grevistas. "No que diz respeito, por exemplo, aos funcionários administrativos, todo reajuste que o governo deu não fez o piso salarial chegar nem mesmo ao salário mínimo".
Ocupação
Os professores ocuparam a sede da pasta por volta das 12h de terça para exigir a reunião com o representante do governo do Estado. Policiais militares do Batalhão de Choque chegaram a lançar spray de pimenta contra os manifestantes, que, mesmo assim, conseguiram entrar.
Antes de ocuparem a secretaria, o grupo se reuniu nas escadarias da Alerj (Assembleia Legislativa do Estado do Rio) e depois seguiu em direção ao prédio onde funciona a secretaria, na rua da Ajuda.
Os profissionais reivindicam um reajuste salarial de 26%, a incorporação imediata da gratificação do Nova Escola, e o descongelamento do plano de carreira dos funcionários administrativo. Com essa reivindicação, de acordo com o Sepe, o piso salarial inicial de um professor deixaria de ser R$ 766 e passaria a R$ 1.080.
O Sepe conseguiu na Justiça uma liminar no último dia 7 que impede que o governo estadual desconte os dias não trabalhados nos salários dos profissionais de educação, que estão em greve desde o início de junho. A decisão pede também que o dinheiro, que eventualmente tenha sido descontado, seja devolvido.
Na semana passada, os professores fizeram uma manifestação que reuniu cerca de 4.000 pessoas, segundo a Polícia Militar, no Largo do Machado, na zona sul do Rio. De lá, eles seguiram até o Palácio Guanabara, sede do governo estadual, e retornaram para Laranjeiras, onde, em assembleia, decidiram manter a greve.
Fonte: CTB com agências