Manifestantes egípcios desafiam ordem dos militares
Frustrados pela lentidão nas reformas e a indulgência com o pessoal do derrocado governo de Hosni Mubarak, manifestantes egípcios desafiaram nesta quarta-feira (13) a ordem do governo militar de terminar os protestos.
Publicado 13/07/2011 20:00
Um número indeterminado mas cada vez maior de manifestantes está acampado desde a semana passada na praça Tahrir (Praça da Libertação), afirmando que estão reabrindo o movimento de protesto que no início deste ano forçou a renúncia de Mubarak, ensejando a instalação de um governo formado pelo Conselho Supremo Militar.
Os manifestantes egípcios queixam-se da lentidão da junta militar em cumprir suas promessas de democratização e afirmam que não existe vontade de aplicar sanções a servidores públicos que serviram à ditadura de Mubarak, acusados de crimes de lesa humanidade e de malversação de dinheiro público.
Um porta-voz da junta militar assegurou terça-feira à noite que os soldados não reprimirão as manifestações, mas também não permitirão obstrução dos assuntos cotidianos ou danos à propriedade pública e privada.
O momento decisivo para a confrontação pode ser a próxima sexta-feira, que cairá em um dia sagrado para os muçulmanos, como ocorreu na Tunísia, no Barein, no Iêmen, na Líbia e na Síria.
Embriões de movimentos similares foram registrados na Arábia Saudita, onde a casa real aplicou medidas extremas para evitar as manifestações, sem maiores consequências.
Com informações da Prensa Latina