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Ex-diretor do FMI é libertado sem fiança da prisão

A justiça nova-iorquina suspendeu nesta sexta-feira (1) a prisão domiciliar de Strauss-Kahn, mas as acusações por crimes sexuais abertas contra ele não foram abandonadas. O caso de Strausss-Kahn sofreu uma reviravolta na noite de quinta-feira quando o jornal "The New York Times" revelou, com fontes ligadas ao caso, que havia fortes suspeitas sobre a credibilidade da vítima.

Estas suspeitas teriam sido apresentadas na audiência desta sexta-feira (1), o que teria resultado na libertação do francês. Strauss-Kahn foi libertado sem fiança –o que indicaria que as acusações são menos graves do que as inicialmente apresentadas.

O canal de TV americano CNN diz ainda que há algumas condições para a libertação do francês, que continua sem o passaporte e deve voltar para novas audiências. As acusações não foram derrubadas e ele continua sendo processado.

Reviravolta

Em carta enviada à Justiça de Nova York, os promotores do caso do ex-diretor-geral do FMI, Dominique Strauss-Kahn, disseram que a camareira que o denunciou por abuso sexual admitiu ter mentido sobre importantes detalhes da sua acusação contra o francês.

De acordo com a nova versão, após o incidente ela teria continuado seu trabalho antes de avisar a gerência do hotel sobre a agressão sexual.

Caso a nova versão do depoimento seja confirmada em audiência, a tese defendida pela defesa do ex-chefe do FMI (Fundo Monetário Internacional) –de que a relação sexual teria sido consensual– deve ganhar força.

Na carta enviada pela promotoria, afirma-se que a suposta vítima deixou o quarto e limpou outro cômodo antes de denunciar a suposta agressão, ao invés de, em pânico, ter corrido imediatamente à gerência, como antes afirmara.

Segundo Benjamin Brafman, um dos advogados de defesa do francês, Strauss Kahn será declarado inocente. Os últimos elementos relacionados ao caso "reforçam nossa convicção de que será declarado inocente (…). É um grande alívio", disse. 

Os fatos 

Strauss-Kahn, 62, foi preso em 14 maio sob suspeita de abuso sexual, tentativa de estupro, ato sexual criminoso, aprisionamento ilegal e toque violento contra uma camareira de 32 anos do luxuoso Hotel Sofitel, em Nova York. Ele nega as acusações.

O escândalo o levou a renunciar ao cargo no FMI e acabou com suas chances de concorrer à Presidência francesa em 2012, à qual era um dos favoritos.

Na noite de quinta-feira, contudo, o "NYT" afirmou, com base em fontes anônimas, que a suposta vítima mentiu sobre o incidente repetidas vezes.

Os advogados de defesa apuraram que a camareira recebeu depósitos que somaram US$ 100 mil nos últimos dois anos –em suposta evidência de que ela teria sido paga para inventar a acusação.

Redação com agências