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Flotilha da Paz gera polêmica ao tentar romper bloqueio a Gaza

Em meio a debates, ativistas pela paz orinudos de diversos países da União Europeia participam da flotilha que pertende levar ajuda aos palestinos na Faixa de Gaza e que conta com 1500 pessoas.

A ideia da ação é romper o bloqueio de Israel contra este território palestino para entregar às autoridades locais a ajuda humanitária. No entanto, em alguns países, a pressão da campanha israelense e de forças aliadas causou conflitos em organizações e partidos progressistas.

Na Alemanha, os membros da ala direitista do partido socialista Die Linke (A Esquerda) conseguiram impor uma resolução da junta dirigente, que advoga contra "todos os tipos de antissemitismo" e contra a participação na frota paz.

Mais cedo, dois deputados, que estavam a bordo do navio turco Mavi Marmara no ano passado, anunciaram que não participariam de novo na ação.

Seguindo a linha da controvertida resolução, a deputada socialista, Katja Kipping, censurou a organização humanitária turca IHH, membro da comissão organizadora da frota, por representar posições antissemitas, defendendo a eliminação de Israel.

No entanto, o presidente do bloco socialista, Gregor Gysi, disse em uma entrevista ao jornal socialista Neues Deutschland (Nova Alemanha) que o partido não rejeita, em princípio, a participação na flotilha, mas critica a "falta de transparência sobre os organizadores ".

O professor de direito internacional e ex-deputado socialista, Norman Paech, criticou severamente a posição ambígua do partido sobre a flotilha."Estava claro desde o início que os nossos adversários políticos equiparam a tentativa de romper pacificamente o bloqueio israelense com posições antissemitas", escreveu ele em um comentário desqualificando essa posição, que considera "totalmente louca".

Segundo Paech, o grupo parlamentar vai lutar para conseguir credibilidade em vista do conflito no Oriente Médio. "Não há razão para não exigir de Israel os mesmos comprimissos humanitários e jurídicos que são cobrados de qualquer outro estado membro da Organização das Nações Unidas", concluiu Paech.

Enquanto isso, o governo israelense ordenou à Marinha deste país que impeça a chegada da Flotilha da Paz na costa da Faixa de Gaza.

No entanto, os soldados devem "evitar o máximo possível qualquer enfrentamento com a tripulação", diz um comunicado do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, publicado após uma reunião com o Gabinete de Segurança.

Ao longo dos próximos dias, dez navios da flotilha se reunirão no Mar Mediterrâneo para seguir na direção da Faixa de Gaza.

Enquanto os meio de comunicação ligados ao governo israelense procuram difamar a tentativa de romper pacificamente o bloqueio à Faixa de Gaza, cerca de 30 estudantes norte-americanos judeus defenderam sua participação.

"Eu simplesmente não posso cruzar os braços enquanto o meu país (EUA) ajuda e incentiva o cerco israelense, a ocupação e a repressão contra os palestinos", escreveu o aluno Mateus Gabriel Matthew Schivone em um jornal israelense.

"Em vez disso, juntamente com outros membros da sociedade civil, vou usar minha influência pessoal para ativa e pacificamente resistir às políticas que considero abomináveis", acrescentou o ativista que está a bordo do navio norte-americano Audacity of Hope.