Universidades chilenas organizam nova paralisação nesta quinta
A Confederação de Estudantes do Chile (Confech) e o sindicato dos professores organizam nova paralisação nacional na próxima quinta-feira (30), em defesa da educação pública e gratuita.
Publicado 28/06/2011 19:47
“Basta de privatização e lucro, de ensino regulado pelo mercado”, sublinhou Jaime Gajardo, presidente do Colégio de Professores, organização que, junto à Confech, convoca a marcha de quinta-feira. A passeata sairá da Praça Itália até a Praça dos Heróis. “O problema não é uns pesos [moeda chilena] a mais ou a menos”, disse Gajardo, em alusão à proposta do governo de injetar financiamento em centros universitários. “Aqui há um tema de fundo que se está evitando: educação pública no Chile”, declarou o líder sindical.
Nessa segunda-feira (27), a Central Unitária de Trabalhadores decidiu aderir à mobilização e antecipou para o final de agosto uma paralisação nacional de dois dias em rejeição ao modelo neoliberal.
Ao explicar a determinação de apoiar os professores e estudantes, o presidente da central, Arturo Martínez, lembrou que são as famílias trabalhadoras que arcam com os custos da educação de seus filhos.
Forças da esquerda chilena, como o Partido Comunista e o Partido do Socialismo Allendista, também expressaram seu apoio às manifestações contra a mercantilização da educação.
Governo "escorregadio"
Para Esteban Silva, presidente dos allendistas, governo se mostra escorregadio diante da urgente necessidade de uma educação na qual o Estado tenha o papel principal. Para ele, o governo quer encobrir também o clamor dos chilenos contra o neoliberalismo e a atual Constituição, que, segundo Esteban, o consagra.
A insatisfação popular não se deve só à falta de educação pública e de oportunidades: "o mal-estar que percorre Chile começa crescentemente a vincular o modelo econômico imperante com as desigualdades, o endividamento e o abuso em nossa sociedade", aponta Esteban Silva.
“Por isso”, acrescenta, “é fundamental vincular as demandas da comunidade educacional com a exigência nacional de gerar uma Assembleia Constituinte para que seja o povo chileno, de maneira democrática, plural e representativa, que elabore e determine uma nova Constituição”.
No Chile rege a Constituição aprovada pelo regime militar de Augusto Pinochet (1973-1990).
Da redação, com Prensa Latina