Músicos pedem reestruturação da Sinfônica de Minas

 A realização de concurso público e o reajuste dos vencimentos foram duas das principais reivindicações apresentadas pelos músicos da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais. Eles conversaram com deputados durante visita da Comissão de Cultura da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, na noite da sexta-feira (17/6/11), ao Palácio das Artes. Na ocasião, os parlamentares acompanharam o ensaio geral da orquestra para a apresentação da ópera Nabucco, de Verdi.

O presidente da comissão de músicos da Orquestra Sinfônica, José Maria Lages Duarte, explicou que, atualmente, a orquestra conta com apenas 45 músicos efetivos, sendo que quatro irão se aposentar em 2011. "Quando eu entrei para a orquestra, eram 80 músicos. É preciso fazer um novo concurso público para que a orquestra seja reestruturada", defendeu. José Maria Duarte explicou que os músicos defendem a realização do concurso e o fim das contratações temporárias que vem sendo realizadas para suprir a falta de profissionais.

Sobre a questão salarial, ele explicou que os vencimentos dos músicos estão muito abaixo dos valores recebidos pelos profissionais de orquestras sinfônicas de outros Estados. "Nós recebemos muito abaixo do nível nacional. Não queremos receber mais do que ninguém. Queremos receber o valor médio recebido pelos profissionais de outros Estados", afirmou.

A presidente da Fundação Clóvis Salgado, Solanda Steckelberg, explicou que o Executivo formou um grupo para estudar as solicitações apresentadas pelos músicos da Orquestra Sinfônica. Segundo ela, o grupo está fazendo um diagnóstico da situação e as soluções encontradas devem ser apresentadas aos músicos no começo do segundo semestre deste ano.

Patrimônio – O presidente da Comissão de Cultura, deputado Elismar Prado (PT), afirmou que a Orquestra Sinfônica é um patrimônio do povo mineiro e que cabe ao Poder Público protegê-la. "É necessário reestruturar a orquestra, melhorar as condições de trabalho e criar mais programas de incentivo para que mais pessoas possam acompanhar as apresentações", considerou.

O autor do requerimento para a visita, deputado Carlin Moura (PCdoB), lembrou que existem duas orquestras em Minas Gerais, a sinfônica e a filarmônica. Ele explicou que, enquanto a Orquestra Filarmônica foi criada com o objetivo de arrecadar recursos da iniciativa privada, a Orquestra Sinfônica deveria ser sustentada pelo Estado. "Entretanto, parece que houve uma inversão e, hoje, a Filarmônica está com melhor estrutura do que a Sinfônica", disse.

Carlin Moura defendeu que a Orquestra Sinfônica tenha um orçamento público garantido na lei orçamentária, a realização de concurso público e a adequação dos salários dos músicos,. "Essa adequação dos salários é fundamental para que a Orquestra Sinfônica não perca os músicos para a iniciativa privada", considerou. Por fim, o parlamentar considerou que o atual Governo do Estado está sensível à situação da Orquestra Sinfônica e defendeu o papel da ALMG como intermediária nas negociações com os músicos.

Fonte: ALMG