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Para o Valor, aliança com Manuela é hoje a opção mais forte no PT

 O jornal Valor publicou nesta sexta, 24/6, matéria onde aponta o PCdoB como mais provável aliado do PT para a disputa da prefeitura de Porto Alegre. Conforme a publicação, "o partido estaria mais próximo de Manuela, uma vez que a composição do governo Fortunati é formada por membros do PMDB, DEM, PPS, PSDB e PP, todos adversários ferrenhos do PT no Rio Grande do Sul". Leia abaixo o texto na íntegra:

Manuela - Matéria Valor - Brizza Cavalcante/agência câmara

No Rio Grande do Sul, a questão principal para o PT gira em torno da capital Porto Alegre e a indefinição das alianças para a disputa da prefeitura. Essa será a primeira eleição do partido em que os Executivos federal e estadual estão sob o comando de políticos do Estado – respectivamente a presidente Dilma Rousseff e o governador Tarso Genro – o que traz a expectativa de que seu poder de influência seja expressivo.

Por enquanto, a cidade conta com as candidaturas definidas do atual prefeito, José Fortunati (PDT), e da deputada federal Manuela D'Ávila (PCdoB). Os dois partidos estão coligados ao PT e presentes na base do governador Tarso Genro e da presidente Dilma, criando uma dúvida sobre qual caminho tomar para os petistas.

No momento, o partido estaria mais próximo de Manuela, uma vez que a composição do governo Fortunati é formada por membros do PMDB, DEM, PPS, PSDB e PP, todos adversários ferrenhos do PT no Rio Grande do Sul. Em episódio recente, o partido recusou convite feito por Fortunati para ingressar no governo municipal. A decisão manteve os petistas na oposição municipal, mas não chegou a fechar portas para a negociação. No entanto, o próprio Genro já afirmou que qualquer aproximação com o prefeito depende, antes de tudo, de uma reformulação da atual administração municipal.

Logo após a eleição do ano passado, o atual governador já indicava que o PT poderia abrir mão da cabeça de chapa na eleição municipal de Porto Alegre para consolidar sua base de apoio. Ainda hoje ele manifesta simpatia pela candidatura de Manuela, que foi a deputada federal mais bem votada na cidade e no Estado no ano passado.

Apesar disso, o apoio a Manuela não é um consenso. Enquanto o diretório estadual defende uma saída afinada com as necessidades estratégicas do governo Genro, o comando municipal quer a candidatura própria. A tese foi encampada na semana passada pela corrente Movimento PT, de Maria do Rosário, mas a secretária nacional de direitos humanos já disse que a prioridade dela é o governo federal e que só concorrerá se a própria presidente Dilma assim o quiser.

Com isso, a posição que teria mais chances de agradar a todos seria a de uma candidatura própria, mas com um nome não tão forte quanto o de Maria do Rosário. Assim, o partido não precisaria romper com PDT ou PCdoB e evitaria quebra de coligação para a reeleição de Genro em 2014. Porém, isso iria durar somente até o primeiro turno. Para o segundo, tudo aponta para o apoio do PT à Manuela.

Não apenas em Porto Alegre, mas em todo o estado, o partido pretende reforçar a base, mais uma vez para tentar garantir as chances de reeleição do atual governador. Dentro deste plano, a expectativa da sigla, de acordo com o deputado estadual e presidente do PT-RS, Raul Pont, é a de estar com candidatos próprios ou coligados em 100% dos municípios gaúchos. Assim, o partido poderia passar das 61 prefeituras atuais para até 80, na meta – tida como "bem razoável" – do presidente local do partido. "Com as eleições de Dilma e Genro e o aumento no número de filiações ao partido, o PT-RS vive um momento bom, de otimismo", afirma Pont. (Luiz Felipe Marques e Sérgio Bueno)

Valor Econômico